A ciência descobriu porque os adolescentes são, "tipo assim", tão difíceis de lidar
Rebeldia sem causa, falta de limites e excesso de tempo diante das tecnologias são considerados alguns dos principais “culpados” pelo temperamento difícil dos adolescentes.
Mas, saiba que, além de fatores sociais, a biologia e o processo de desenvolvimento do cérebro também são responsáveis por determinados aspectos do comportamento um tanto quanto impulsivo, irracional ou até mesmo perigoso dos jovens. E quem garante é a ciência.
Como entender o comportamento dos adolescentes
De acordo com um artigo publicado pelo American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, diversos estudos têm demonstrado que o cérebro humano continua a amadurecer e se desenvolver durante a infância e adolescência, assim como no início da idade adulta.
Os cientistas identificaram uma região específica do cérebro chamada amígdala, que é responsável por reações imediatas, incluindo medo e comportamento agressivo. Esta área se desenvolve precocemente, mas o córtex frontal, que controla o raciocínio e nos ajuda a pensar antes de agir só amadurece mais tarde, tendo seu desenvolvimento concluído apenas na idade adulta.
Durante a adolescência ainda ocorrem outras alterações no cérebro, como o aumento nas conexões entre as células, por exemplo, que são essenciais para o desenvolvimento da coordenação entre pensamento, ação e comportamento. As mudanças explicariam, portanto, por que os jovens agem diferentemente de adultos.
Com base na fase do desenvolvimento cerebral, os adolescentes são mais propensos a agir por impulso, interpretar de maneira equivocada emoções sociais, provocar acidentes, se envolver em brigas e adotar comportamentos perigosos ou arriscados. Assim, os jovens seriam ainda menos propensos a pensar antes de agir, fazer pausas para refletir sobre as consequências de seus atos e evitar e alterar comportamentos inapropriados.
As diferenças cerebrais não significam, exatamente, que os adolescentes não são capazes de tomar boas decisões, diferenciar o certo do errado ou mesmo que não devam ser responsabilizados por suas ações. No entanto, a conscientização do fato pode ajudar pais, professores e responsáveis a entenderem, antecipar e administrar de forma mais eficiente o comportamento dos jovens.
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