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Homens e mulheres têm personalidades diferentes? Tema intriga até os cientistas

Publicado 24 Out 2016 – 09:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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As diferenças entre homens e a mulheres não são segredo para ninguém. Você mesmo já deve ter vivido situações com amigos ou parceiros de outro sexo em que pensou: “aff, por que?”, com certa indignação. O tema é assunto até nos palcos. Desde 2005, a peça de teatro “Os Homens São de Marte, e é Pra Lá Que Eu Vou” discute o fato de que a distância entre os gêneros atinge níveis planetários de afastamento.

Mas, afinal, quais são as diferenças reais entre homens e mulheres? Temos personalidades diferentes

Diferentes da infância à velhice

Muitos especialistas concordam que a diferença de personalidade entre homem e mulher é proporcional à diferença física. Os dois têm olhos, ouvidos, orelha, boca – mas os traços e formações são variadas.

Essa diferença de personalidade já começa a se manifestar na infância, de acordo com um estudo de 2013 das universidades de Texas, Illinois e Wisconsin-Madison. Eles analisaram no comportamento de 357 casais de crianças gêmeas de 3 anos de idade a forma com que interagem com os pais até o temperamento cotidiano. Concluíram que os meninos são mais ativos e apresentam “menores níveis de timidez e controle da inibição do que as meninas, em todos os métodos de avaliação”.

Em direção oposta, uma pesquisa do Departamento de Psiquiatria da Universidade Rochester (EUA) encontrou diferenças de personalidade entre idosos de 65 a 98 anos. Eles analisaram 486 pessoas e perceberam que as mulheres pontuaram mais em neuroticismo (instabilidade emocional) e condescendência.

Características diferentes de homens e mulheres

Segundo os pesquisadores, essas características podem ser aplicadas em pessoas mais jovens da fase adulta. Se pegarmos como exemplo um dos estudos mais completos sobre a diferença de personalidade entre homens e mulheres, faz sentido. Em 2001, três pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde de Baltimore (EUA) analisaram 23 mil homens e mulheres de 26 culturas diferentes, incluindo pessoas de Hong Kong, Rússia, Índia e Estados Unidos.

Além do neuroticismo e da condescendência, as mulheres seriam mais cordiais e “abertas ao sentimento”, enquanto os homens tendem a ser mais extrovertidos e “abertos a novas experiências”.

Pesquisas reforçam estereótipos

O problema dessas pesquisas é que elas abrem precedentes para criar estereótipos. Essa é uma preocupação que vem, pelo menos, desde o começo do século XX. Em 1914, Hellen Thompson Woolley, psicóloga (e importante feminista) americana pioneira no estudo de gêneros, argumentou que as diferenças entre homem e mulher, mesmo para a comunidade científica, estão sujeitas a diferentes pontos de vista. “A coisa mais verdadeira a se dizer é que a evidência científica desempenha um papel irrelevante em produzir convicções”.

Um século depois, as críticas de Hellen são endossadas pelos estudos da psicóloga Janet Hyde, da Universidade Wisconsin-Madison. Com um extenso volume de dados sobre ‘variedades psicológicas’ feitas por diversos pesquisadores, Janet conclui que, a não ser por alguns pontos, como coordenação motora, agressividade (em menor grau) e aspectos de sexualidade, a “ hipótese de similaridade de gênero existe”.

Persistir nos estereótipos, inclusive da comunidade científica, é algo grave, que gera consequências na sociedade. A má interpretação de dados, diz Janet, “indiscutivelmente causa danos em numerosos campos, como oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho, conflito e comunicação entre casais e problemas de autoestima entre os adolescentes”.

Personalidade está em tudo que fazemos

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