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Abelhas estão desaparecendo; veja impactos que a extinção da espécie deve causar

Publicado 6 Out 2016 – 09:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Se você é do tipo que morre de medo de abelha e, sempre que se vê ameaçado por uma, dá um jeitinho de mata-la, é melhor repensar sua atitude. Sete espécies de abelha estão ameaçadas de extinção, de acordo com o Serviço Americano de Pesca e Vida Selvagem (U. S. Fish and Wildlife Service). 

A ONU já havia alertado para o perigo do desaparecimento de animais polinizadores em todo o mundo, no início deste ano, mas é a primeira vez que a abelha, essencial para a biodiversidade e produção de alimentos nas plantações, entra numa lista dessas.

As espécies citadas são do Havaí, da subfamília Hylaeus, conhecidas como ‘abelhas de face amarela’.

O anúncio é agravante por pelo menos dois motivos: as abelhas são essenciais em todo o ecossistema do Havaí (e do mundo), ajudando na preservação de plantas e animais da ilha; e, em segundo, mostra que a ação do homem, combinado a outros fatores (aparecimento de espécies não nativas e urbanização, por exemplo) estão fazendo com que o número de abelhas tenha uma redução drástica em todo o planeta.

Apesar de não se ter dados de nenhuma espécie de abelha que tenha sido extinta anteriormente, os Estados Unidos sofrem com a redução desses insetos há muito tempo. De 1940 até hoje, o número de abelhas caiu pela metade por lá.

Abelha da espécie Hylaeus, conhecida como 'abelha de face amarela'; ameaça de extinção

Por que as abelhas estão sendo extintas?

Em 2015 o diretor de comunicação da Sociedade Xerces, que trabalha em prol das espécies invertebradas, Matthew Shepherd, já havia alertado para esse problema: “As abelhas estão sumindo devido à perda de habitat, invasão de predadores e mudanças climáticas da ilha”.

O relatório mais recente, que menciona a extinção das abelhas do Havaí, cita outros possíveis motivos: surgimento de animais selvagens não nativos, extração indevida de água, além de fenômenos naturais, como deslizamentos, inundações, secas e furacões.

Em fevereiro deste ano a ONU publicou um relatório, intitulado Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES), que identificou uma série de medidas urgentes que precisam ser tomadas para conter o desaparecimento de abelhas e outros polinizadores, como borboletas, besouros e colibris.

"Os polinizadores são grandes colaboradores da produção mundial de alimentos e segurança nutricional", disse Vera Lúcia Imperatriz Fonseca, uma das diretoras desse relatório.

Insetos polinizadores são responsáveis por pelo menos 75% dos cultivos de alimento em todo o mundo. As abelhas, especificamente, interferem na sobrevivência de 94% das plantas silvestres e permitem que 35% das lavouras de todo o mundo cuidem de seus alimentos. A extinção de espécies de abelhas é tão grave que pode provocar a fome mundial.

Sumiço de abelhas no Brasil

Não se tem ideia do impacto que o sumiço de abelhas poderia causar no Brasil. Por se tratar de uma questão global, foi criado recentemente no país o projeto Colmeia Viva, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

Em pouco tempo de atividade, eles descobriram que as abelhas brasileiras também correm um sério de extinção. Segundo uma pesquisa do sindicato, 70% das espécies de abelhas estudadas costumam morrer por conta da intoxicação provocada por inseticidas e pesticidas, que muitos agricultores utilizam em lavouras, para se proteger de pragas.

“Inseticidas, como o próprio nome já diz, são feitos para matar insetos. Estamos tentando amenizar essa situação para que os aplicadores usem de forma correta e possam diminuir a mortalidade das abelhas”, explicou o biólogo Osmar Malaspina, que participou da pesquisa. “A solução definitiva, porém, estaria em repensar a forma como produzimos alimento, sem necessitar da aplicação desses defensivos”.

Abelhas: importantes e perigosas ao mesmo tempo

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