null: nullpx
cirurgia-Tasaudavel

PC Siqueira corrige estrabismo com cirurgia: como é feita? Dói? Melhora 100%? Veja resultado

Publicado 6 Jul 2016 – 05:00 PM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 09:20 AM EDT
Compartilhar

O YouTuber e ex-apresentador da MTV PC Siqueira fez uma cirurgia para corrigir o estrabismo, condição que faz com que os olhos percam o alinhamento e fiquem, mais comumente, voltados para dentro ou para fora. Apesar de aparentemente não estarem totalmente alinhados, a diferença do olhar é impressionante. Entenda, a seguir, tudo sobre o procedimento.

Estrabismo de PC Siqueira: antes e depois 

Após anunciar em seu Instagram que faria o procedimento, PC Siqueira mostrou o resultado e alguns bastidores de sua operação em seu canal no YouTube:

A opção do YouTuber por corrigir o estrabismo levantou algumas críticas: alguns internautas disseram que o olhar estrábico era uma marca registrada do apresentador. Em resposta, ele levantou pontos importantes, como o impacto social e psicológico de conviver com um defeito que, porque “aparentemente não faz tão mal” (SIC), faz com que as pessoas se sintam mais à vontade para fazer piadas e gracinhas.

PC também deu detalhes sobre sua recuperação e contou que seus olhos ainda estão inchados e poderá levar até oito meses para que eles fiquem completamente normais.

Tipos de estrabismo

O oftalmologista Luiz Geraldo Simões de Assis, diretor clínico do Instituto de Oftalmologia de Curitiba (IOC), explica que existem três tipos principais de estrabismo:

Causado por falta de óculos 

Segundo o oftalmologista Luiz Geraldo, o estrabismo mais comum ocorre na infância e acontece porque a criança deveria usar óculos, mas não usa. “Nesse caso, cérebro acaba escolhendo um olho para ser dominante e fixar melhor as imagens e, consequentemente, o outro olho não é estimulado e sofre um desvio para não competir com o olho dominante”, conta.

Causado por desequilíbrio dos músculos do olho 

Em muitos casos, o estrabismo pode surgir por causa de um desbalanço dos músculos que deixam os olhos paralelos. “Os músculos do paralelismo dos olhos são como rédeas, que os puxam para lá e para cá. Se algum desses músculos é hiperfuncionante – ou seja, puxa ele demais para um lado – ou hipofuncionante – puxa de menos –, as forças opostas dos músculos não se anulam e o olhar vai ficar desviado”, explica o oftalmologista.

Causados por alterações neurológicas 

Diversas alterações cerebrais, como o aparecimento de um tumor ou uma infecção viral (que pode ser causada por agentes comuns como o herpes, por exemplo), podem causar o estrabismo. Esse tipo acontece mais frequentemente no adulto e pode gerar alterações nas fibras dos neurônios, afetando a ação normal dos músculos que circundam o olho.

Quais casos são corrigidos com cirurgia?

Luiz Geraldo explica que a cirurgia de estrabismo é a melhor opção nos casos de desbalanço da musculatura. Nas causas neurológicas, a primeira medida é tratar a doença de base, que primeiramente causou a alteração, para depois avaliar as sequelas.

Nos casos em que os óculos deixaram de ser indicados no momento correto e a criança acabou ficando permanentemente estrábica, caracteriza-se uma alteração mais grave, a ambliopia. Nessa situação, mesmo que se faça uma correção estética do estrabismo, não será possível mais estimular o olho desviado e seu córtex visual - portanto, a visão não voltará mais a ser totalmente perfeita.

Cirurgia para estrabismo: como é feita? 

O oftalmologista Kássey Vasconcelos, especialista em estrabismo do D’Olhos Hospital Dia, explica que a cirurgia para correção do estrabismo é feita através de intervenções nos músculos dos olhos para que as forças para puxar para cima e para os lados sejam equivalentes e não haja desvios do olhar.

O procedimento é feito com a introdução de ferramentas específicas através das laterais dos olhos, passando pela membrana conjuntiva, até chegar ao músculo que sofrerá a intervenção. Por meio de técnicas específicas de encurtamento ou mudança do ponto de inserção do músculo, ele será deixado mais fraco ou mais forte.

O oftalmologista Kássey explica que, em adultos, a cirurgia é feita com sedação e anestesia local. Já as crianças precisam de anestesia geral. A incisão pode ser fechada com cola cirúrgica ou com pontos absorvíveis.

A cirurgia é puramente estética? 

Kássey Vasconcelos explica que, além de estética, a cirurgia é também funcional, porque a pessoa ganha campo de visão. “A correção será estética apenas para os casos em que o olho não enxerga mais nada”, conta.

Recuperação após a cirurgia 

O oftalmologista Kássey explica que o paciente não precisa ser internado: ele sai do hospital imediatamente após a cirurgia. O único remédio indispensável é um colírio antibiótico, mas, caso haja dor, poderão ser usados também analgésicos. Em caso de sensibilidade, o paciente poderá usar óculos escuros. A higiene é importante, mas não são necessários cuidados específicos, apenas água e sabonete neutro.

Caso o fechamento do local da cirurgia seja feito com pontos, demorará cerca de três meses para que eles sejam absorvidos. Se for utilizada a cola cirúrgica, o tempo de cicatrização diminui para dois meses. O local também pode ficar um pouco avermelhado por alguns meses.

Resultado da cirurgia

Nem sempre é possível corrigir completamente o estrabismo. Em alguns casos, podem existir limitações que impedem a reparação total. Em outros, poderá ser necessária uma segunda cirurgia para corrigir o desvio integralmente.

O olho pode voltar a ficar estrábico?

Pode acontecer de, com o tempo, o olho voltar a sair de seu eixo normal. Segundo o oftalmologista Kássey, isso acontece em função de uma estabilização normal do olho, mas é incomum que aconteça.

Preço 

Em média, o valor da cirurgia varia de R$ 4 mil a R$ 10 mil*. O oftalmologista Luiz Geraldo explica que o custo muda de acordo com o procedimento necessário. “Depende da quantidade de músculos que tem de ser operada, dos procedimentos feitos e ainda da necessidade de mexer em apenas um ou nos dois olhos”, conta. “Às vezes, mesmo que apenas um olho seja desviado, será necessário mexer nos dois”.

*Valores pesquisados em julho de 2016 e sujeitos a alterações.

Mais sobre estrabismo: como tratar nas crianças?

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse