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Programas de culinária e Instagram encareceram o encontro entre amigos: entenda

Publicado 19 Jul 2016 – 11:00 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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Um estudo realizado pela instituição The Money Advice Service adverte que até mesmo o nosso espaço doméstico já foi dominado pela competição social. Se antes você convidava seus amigos para comer pizza com umas cervejas, agora não mais. Tudo por conta da gourmetização do lazer.

Tudo pela foto perfeita

Além da popularização de programas de culinária como o Masterchef, nossos aplicativos de fotos são inundados por registros de comidas maravilhosas todos os dias. Programas como o Instagram fazem as pessoas acreditarem que qualquer um pode ser um grande cozinheiro ou, pelo menos, comprar produtos selecionados, ingredientes raros, sofisticados e caros.

Alguns sociólogos se perguntam desde quando o padrão de vida (ou essa simulação) se tornou tão importante para manter os amigos ou parentes juntos. O paradoxo de gastar mais dinheiro com e pelos amigos em meio a uma verdadeira crise econômica é explicado pelo sociólogo francês Stéphane Hugon. Para o especialista, o fundamental é mudar o relacionamento que se tem com o dinheiro.

"Diante da expectativa de ser a primeira geração a ter menos dinheiro do que seus pais, se favorece uma atitude de que o futuro não existe e, portanto, não é preciso se preocupar muito com isso. As pessoas estão convencidas de que o mundo de amanhã será um pouco pior do que hoje e privilegia uma atitude "disfrutona”, de viver sempre em uma festa”, revela o especialista.

O sociólogo explica um modo de consumo, desenhado para a comparação diante do outro fortalecida graças às redes sociais como Facebook e Instagram. “Diante da impossibilidade de fazer grandes investimentos, como comprar uma casa, as pessoas buscam gratificação imediata. E se houver testemunhas, melhor”, explica Hugon.

Para ele, este próprio comportamento hedonista do momento atual é "uma estratégia de sobrevivência em um mundo onde se está exercendo como nunca antes a violência econômica contra os mais fracos".

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