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Hipertensão na gravidez

Publicado 30 Jun 2016 – 05:41 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Que mulher não fica ansiosa com a proximidade da chegada do filhote? Mas a ansiedade à flor da pele pode desencadear sintomas indesejados para mãe e bebê. Está comprovado que aliados ao peso, a fatores genéticos e a uma alimentação desequilibrada, o estresse e a ansiedade podem levar a um quadro de hipertensão arterial.

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Os medos e incertezas de uma gravidez são uma verdadeira panela de pressão para a futura mamãe: estatísticas apontam que pelo menos 10% das gestantes sofrem de pressão alta. Além de dores de cabeça, cansaço, inchaço e palpitações, se a alteração na pressão não for tratada a tempo, o quadro pode agravar evoluindo para a eclampsia - principal causa de morte materna no país.

"A hipertensão ou pressão alta caracteriza-se pelo aumento da pressão arterial acima de 11 (na pressão mínima - diastólica)", revela a ginecologista e diretora do Centro de Endometriose São Paulo, Rosa Maria Neme. Até hoje são conhecidos três tipos de manifestação do problema durante a gestação: hipertensão crônica, hipertensão transitória e a DHEG (doença hipertensiva específica da gravidez).

"Quando crônica, a hipertensão arterial já existia antes mesmo da gravidez, continuou durante a gestação e até após", explica o obstetra Carlos Antônio Ferreira. "Já a hipertensão transitória surge durante a gestação e, como o próprio nome diz, tende a sumir até dois meses após o parto", completa o especialista. Quando a hipertensão surgida durante a gravidez (geralmente após a vigésima semana gestacional) evolui para um quadro mais grave trazendo riscos para mãe e bebê, temos a chamada DHEG que compreende a pré-eclampsia e a eclampsia.

Entendendo a eclampsia

Quando o aumento da pressão arterial ocorre no final da gravidez (a partir do quinto mês) e é acompanhada de sintomas como: "aumento de proteína na urina (espuma na urina), inchaço importante nas pernas, mãos e rosto, dores de cabeça e confusões visuais, estamos diante de um quadro de pré-eclampsia", revela Rosa. Falta de ar, cansaço, dores abdominais, menor presença de líquido amniótico no útero e redução do crescimento fetal são outros fatores que denunciam o quadro.

Mesmo quando constatada antes da gestação, a hipertensão não impede uma gravidez. Basta o acompanhamento pré-natal regular para evitar o agravamento do caso


Perigosa, a pré-eclampsia pode evoluir para a eclampsia (aparecimento de convulsões) colocando em risco a vida da gestante e do bebê. "Nesses casos, a pressão sanguínea sobe de tal forma que diminui a quantidade de sangue que chega ao cérebro da mãe e conseqüentemente ao feto", explica Carlos. Quando isso ocorre, a interrupção da gravidez e/ou a indução do parto torna-se necessária. "Quando não se consegue controlar a hipertensão e ela oferece risco de morte fetal e complicações maternas, a cesárea torna-se necessária, pois com a retirada da placenta, o problema tende a desaparecer", justifica Rosa. No entanto, em casos mais leves, repouso e controle da pressão costumam ser suficientes.

Prevenir é melhor que remediar

A melhor forma de evitar as complicações da hipertensão arterial na gravidez é o diagnóstico precoce da doença durante o pré-natal. "Ele é feito através da aferição da pressão arterial e da dosagem de proteína na urina", explica Carlos. No entanto, uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios físicos e a perda de peso podem dar uma mãozinha. "Sempre recomendamos que, associado ao uso de medicações anti-hipertensivas, a gestante leve uma dieta pobre em sal e sódio, aumente o consumo diário de líquido, pratique alguma atividade física e freqüente sessões de drenagem linfática", recomenda Rosa.

E ainda: "Evite o estresse, o consumo de bebidas alcoólicas e o fumo, pois estes fatores estão diretamente ligados a problemas do coração", acrescenta Carlos. Conhecer os grupos de risco para a doença também ajuda a mantê-la bem afastada. "Ainda que os motivos que levam à pré-eclampsia sejam desconhecidos, acredita-se que ela ocorra por uma alteração na formação dos vasos da placenta. Por isso, mamães de primeira viagem, adolescentes e grávidas de gêmeos têm mais chances de contrair o problema durante a gravidez", alerta Rosa.

Mesmo após o parto, o acompanhamento da pressão deve permanecer por até seis meses. Segundo estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, mulheres com pré-eclampsia têm quatro vezes mais riscos de desenvolver hipertensão arterial crônica e duas vezes mais chance de desenvolver doenças arteriais coronarianas mesmo após o nascimento da criança. Por isso, fique atenta! E não desista do sonho da maternidade. "Mesmo quando constatada antes da gestação, a hipertensão não impede uma gravidez. Basta o acompanhamento pré-natal regular para evitar o agravamento do caso", garante Rosa.

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