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Parto normal após cesárea é possível: Wanessa Camargo é elogiada por famosas e ativistas

Publicado 30 Jun 2016 – 05:41 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Wanessa Camargo, que já é mãe de José Marcus de 2 anos, deu à luz seu segundo filho. João Francisco nasceu na madrugada do dia 19 de junho, em São Paulo, por parto normal. A cantora já tinha passado por uma  cirurgia cesariana e nesta gestação estava buscando informações para conseguir o parto que queria.

Parto normal depois de cesárea


Wanessa é mais uma mulher que entrou para a lista das que tiveram  partos normais depois de cesárea, quebrando o mito de “uma vez cesárea, sempre cesárea”.

Conhecido também como VBCA (vaginal birth after cesarean, em inglês), o parto vaginal após cesárea muitas vezes é temido pelo risco de  ruptura uterina. Porém, além de ser recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), ele apresenta menos riscos do que a realização de uma segunda cirurgia.

Segundo publicação de Melania Amorim, médica obstetra pós-doutorada na OMS e membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia), é preciso que haja esforços para que a  primeira cirurgia cesariana seja evitada. Depois de feito o corte no útero, uma segunda gestação pode trazer riscos à mulher. Porém, a especialista explica que, embora eles existam nas duas vias de nascimento, o índice é menor no parto vaginal.  

“O maior temor de um  trabalho de parto depois de uma cesariana é a ruptura uterina e as complicações decorrentes, tanto materna como perinatais. Mas eles [os riscos] precisam ser pesados contra os riscos de se repetir a cesariana, que incluem tanto complicações imediatas, como lesão de bexiga, hemorragia e histerectomia, como tardias, como dor pélvica, placenta prévia, acretismo placentário, dentre outras”, diz.

Divulgação e apoio

Para ativistas da humanização do parto é muito importante que mulheres como Wanessa tornem suas escolhas públicas, pois são elas as formadoras de opinião. Segundo a jornalista e doula Kalu Brum, no texto “ Por que o parto normal de Wanessa Camargo é notícia?”, a divulgação, além de desmitificar o  parto normal após cirurgia cesariana, ainda mostra que ele não é opção apenas de mulher de baixa renda.


Com a frequente  violência obstétrica no parto normal, a cesárea tornou-se a opção equivocada de via de nascimento mais segura. Portanto, como ela é um procedimento mais caro, logo ficou atribuída às mulheres que tinham condições financeiras. “Depois que celebridades como Gisele Bündchen e muitas outras escolheram por um parto normal, parir se tornou, novamente, sinônimo de poder feminino. Muito embora reforcem a ideia de que hoje para parir precisa de muito dinheiro. O que não é verdade. A elite intelectual tem descoberto uma verdade: através do parto é possível restituir o protagonismo da mulher”, diz a jornalista.

Famosas parabenizam Wanessa

Além das ativistas, outras famosas parabenizaram Wanessa pela escolha. A atriz Carolinie Figueiredo, mãe de Bruna Luz, nascida de parto normal hospital, e de Theo, nascido em um parto domiciliar, postou em seu Instagram uma foto da cantora com um texto que, além de elogiar a atitude da mãe, alerta para o cenário obstétrico do Brasil, que leva mulheres todos os dias para as cesáreas desnecessárias e ainda trata o nascimento de forma violenta.

“Parabéns Wanessa! Conseguiu seu tão sonhado parto natural!!!! Foi um VBAC (parto normal depois de uma cesariana) o que me deixa mais feliz!!! Que novas mulheres se inspirem e se informem porque tem muito médico aí que passa as informações de indicação de cesariana de maneira equivocada por puro comodismo!!!!! Nós mulheres estamos fazendo uma revolução de informação e luta por direitos! Nossas escolhas devem ser respeitadas e o parto natural apoiado pela comunidade e incentivado pelos médicos. É mais seguro pro bebê (na maioria dos casos) a recuperação da mãe não existe de tão rápida! Ficamos mais ativas e mais seguras pra cuidar da cria... sem contar que a amamentação transcorre de maneira mais orgânica. O corpo entende e percebe que o bebê já pediu e está pronto pra nascer!!!!! Que o nascimento seja tratado com mais amor, mais individualidade e respeito. Quantas mulheres sofrem violência obstétrica sem nem se dar conta! Eu mesma descobri dois anos depois do meu primeiro parto normal hospitalar que meus direitos não foram plenamente respeitados!!!! Ahhh se tivesse a cabeça e a informação que tenho hoje... rs Roubaram da mulher o protagonismo do parto... sua intuição e confiança no corpo que sabe parir desde os primórdios! Ela deve ser livre pra gritar, chorar, rolar... e ser infinitamente apoiada nesse momento de maior conexão e transcendência da vida: gerar, receber o corpo de uma nova vida... intimamente receber seu bebê com segurança e sobriedade!”, disse Carolinie.

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