null: nullpx
amamentação-Mulher

Irmã de Deborah Secco vai amamentar Maria Flor: isso pode ser feito? Há risco?

Publicado 11 Jul 2016 – 04:12 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
Compartilhar

A atriz Deborah Secco é mãe da pequena Maria Flor, 7 meses, fruto da união com o surfista Hugo Moura. Anteriormente, ela já havia dito que não conseguiu amamentar a filha, mas, recentemente, ela revelou sua estratégia para que a menina entre em contato com o leite materno. Sua irmã, Bárbara Secco, que acabou de dar à luz, vai tentar amamentar também a sobrinha. Mas isso é mesmo possível? Há riscos? Veja a seguir.

Maria Flor será amamentada por tia

Em entrevista ao site de entretenimento Gshow, Deborah contou que não conseguiu amamentar a filha, situação que a deixou muito frustrada. O motivo foi a posição de sua prótese de silicone, que estava localizada sobre a glândula mamária.

Para que Maria Flor mame de forma natural, mesmo já com sete meses de vida, a atriz pedirá ajuda da irmã, Bárbara Secco, que recentemente deu à luz os gêmeos Jorge e Francisco. “Minha irmã teve neném há sete dias e a gente vai tentar ver se a Maria mama um pouquinho nela”, contou.

A atriz disse ainda que só ela dá mamadeira para a filha: “Mamadeira só eu dou, porque ela tem que entender que sou eu que forneço alimento para ela, senão vai que ela acha que todo mundo é mãe. Foi realmente uma das coisas mais difíceis para mim”.

Amamentação cruzada: é seguro? 

O pediatra e homeopata Moises Chenchinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, explica que, apesar de ser um ato humanitário e repleto de generosidade, a amamentação cruzada - que é quando uma mãe amamenta o bebê de outra mulher - é contraindicada formalmente pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde. "Antigamente, ela era comum e feita pelas amas de leite, mas, com o surgimento da Aids e o conhecimento de que é possível transmitir o vírus pelo leite materno, e não apenas na gestação, ela passou a ser questionada e agora é contraindicada."

O Ministério da Saúde, através da portaria 1.016, de 1993, que fala sobre alojamento conjunto, proíbe a amamentação cruzada dentro de hospitais, sendo função da equipe de enfermagem coibir o ato. 

O motivo para a amamentação cruzada não ser recomendada é a potencial transmissão de doenças. Além da Aids, males como hepatites e micro-organismos como o vírus HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula T Humana) podem ser passados através do leite do peito e do sangue proveniente de machucados nos mamilos. 

E se for leite da tia? 

O pediatra Moises explica que, mesmo que uma pessoa conhecida, ou até íntima, vá amamentar seu filho, é impossível conhecer completamente seu estado de saúde. "É possível que a doença desse indivíduo esteja na janela imunológica, que é o tempo que demora para ela se manifestar até mesmo nos exames, em período de incubação ou que tenha sido contraída só recentemente". 

Além disso, não é só a mulher que amamenta que pode transmitir doenças para o bebê: a criança também pode infectar a lactante e, consequentemente, essa mulher as transmitirá para seu próprio filho através do mesmo meio, a amamentação. A mãe do bebê que está sendo amamentado por uma terceira, por sua vez, também pode pegar esses micro-organismos através de tentativas de amamentação ou mesmo por outras vias de contato, dada sua proximidade com o filho. 

Além disso, o especialista explica que o leite materno muda do início para o fim da mamada, do período do dia para o período da tarde e também com a idade do bebê, respitando as necessidades do seu tempo de vida. Portanto, para um bebê já de 7 meses, como é o caso de Maria Flor, receber o leite adaptado a recém-nascidos não é o mais adequado. 

A aleitamento feito pela própria mãe não apresenta tantos riscos porque, caso ela passe algum vírus ou bactéria para seu filho, ela enviará junto anticorpos capazes de protegê-lo. Um pré-natal bem feito também é capaz de identificar doenças prévias antes de iniciada a amamentação, permitindo uma maior proteção do bebê. 

Alternativas 

Moises Chencinski explica que existem duas alternativas mais seguras para casos em que há um grande desejo de que o bebê volte a mamar leite materno. O primeiro deles é a relactação, procedimento em que o leite artificial é oferecido através de uma pequena sonda colocada junto ao mamilo enquanto o bebê suga o seio da mãe. A sucção estimula a produção do hormônio prolactina e, portanto, de leite e pode ser feita até mesmo por mães adotivas que desejam dar de mamar a seus filhos. 

A outra possibilidade é que a mulher que está amamentando faça a doação de leite a um banco e solicite o encaminhamento diretamente para sua irmã, parente ou conhecida. "A doadora terá de dar 30% de seu leite para o banco, que o encaminha para hospitais, local onde o leite é de imensa importância para prematuros, mas o alimento certamente será analisado e pasteurizado, impedindo que haja contaminações cruzadas", explica Moises. 

Também teve dificuldade: Sandy recorreu à relactação

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse