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Dificuldade na escola pode ser problema auditivo

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Localizar o som, focar a atenção em um som e ignorar outros, memorizar sons sequenciais, são exemplos de habilidades auditivas desenvolvidas desde o nascimento, que caracterizam o processamento auditivo, capacidade que o sistema nervoso tem de usar a informação que chega pela audição. Parece simples, mas algumas pessoas podem apresentar problemas que causam desatenção, dificuldade de concentração, de compreensão e de aprendizagem. "Esta dificuldade é chamada de Transtorno de Processamento Auditivo", explica a otorrinolarinologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, de Curitiba (PR).

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Características do Transtorno de Processamento Auditivo

Ela explica que existem muitos casos em que crianças não tiram boas notas na escola, por exemplo, e são caracterizadas como desatentas, agitadas ou com falta de interesse, quando, na verdade, pode ser um problema mais sério. "É como se o cérebro fosse um rádio. O sinal existe, mas, por algum motivo, existem ruídos, interferências e a informação não consegue ser perfeitamente compreendida. Nesse caso, o problema está no sistema nervoso central, em que o processamento do estímulo sonoro não é feito corretamente e a decodificação é lenta", diz.

O problema também pode acometer adultos. Entre as principais características estão as queixas de dificuldades no seu dia-a-dia profissional e no convívio com familiares e amigos, como problemas de memória, concentração, entendimento, entre outros. "Todos escutam os mesmos sons. Quem não tem o distúrbio, consegue prestar mais atenção no que interessa. Já quem possui o distúrbio, ouve um monte de barulhos e fica completamente perdido. A sensação é de frustração, já que a pessoa se esforça para entender e, simplesmente, não consegue. O que um aluno sem distúrbio faz em 15 minutos, o com distúrbio leva três horas. No final, a nota ainda é ruim", explica.

Tratamentos para o problema

De acordo com a médica, esse Transtorno pode estar presente em qualquer pessoa, mesmo naquelas que não possuem perda auditiva, mas, se tratado adequadamente, pode ser revertido.

Um especialista deverá ser consultado sempre que existir alguma dessas queixas: dificuldade de aprendizagem e/ou para ler e escrever; a troca de letras para falar, ler ou escrever; problemas de memória; desatenção e/ou distração; cansaço rápido quando está assistindo às aulas ou palestras; agitação e/ou inquietação; dificuldade para ouvir e prestar atenção em ambientes ruidosos; parecer não ouvir/entender bem; demora para escutar e/ou compreender o que foi dito; dificuldade para aprender línguas estrangeiras; dificuldade em conversas com muitas pessoas ao mesmo tempo; dificuldade para localizar de onde o som está vindo; dificuldade para realizar uma sequência de tarefas que lhe foi solicitada.

"Um otorrinolaringologista deve fazer um histórico clínico detalhado, assim como solicitar todos os exames auditivos, incluindo os testes de processamento auditivo. É por meio desse exame que será possível identificar qual o tipo de alteração a pessoa apresenta, o que definirá as habilidades que deverão ser trabalhadas durante o tratamento", explica.

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