Como crianças lidam com divórcio dos pais

separação é sempre um problema, e se torna ainda mais complicado quando em divórcio de casal com filhos. É quase impossível evitar que as crianças sintam a ausência de um dos pais. Quanto menor a criança, mais terá dificuldades para entender o porquê da separação, o que pode afetar a saúde física e psicológica. “Tudo, ou quase tudo, está previsto em lei. O que não está previsto é como ficam os filhos emocionalmente, pois diante da separação tudo é novo, desconhecido, imprevisto e muitas vezes assustador para o adulto e para a criança”, afirma o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz.

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Ele listou as características do problema em cada fase da vida da criança, além de dicas de como os pais podem fazer para lidar melhor com a situação.

Separação dos pais na visão dos filhos

Divórcio com filhos entre um e três anos

É provável que, na época da separação, a criança fique mais tímida e passe a se comportar como uma criança menor, demandando muito mais atenção. Também é comum ter pesadelos noturnos. 
Há um temor de serem abandonadas, sensação de perda e de tristeza.

Divórcio com filhos entre 3 e 6 anos


Apesar de ainda não entender bem a separação, a criança pode se culpar quando notar que um dos pais não está mais morando em casa. As reações são opostas: pode ficar muito obediente, pensando que, se for bom, o papai ou a mamãe voltará, ou mais agressivo. Nesta idade, alguns negam a separação a si mesmos ou aos demais, dizendo que seus pais ainda estão juntos.

Divórcio com filhos entre 6 e 9 anos


Há sentimentos de rejeição, fantasias de reconciliação e os problemas de atitude, como manifestação de raiva, tristeza e nostalgia. Nos casos em que houver conflitos graves entre os casais, os filhos podem sentir uma luta entre seus afetos pelo pai e pela mãe.

Divórcio com filhos entre 9 e 12 anos

Nessa fase, os filhos podem sentir vergonha pelo ocorrido ou ter raiva pelo que tomou a decisão de se separar. Aparecem também as tentativas de reconciliar os seus pais. Podem surgir problemas sintomático, como dores de cabeça e de estômago.

Divórcio com filhos adolescentes


Geralmente as reações mais comuns nesta etapa são amadurecimento acelerado, ou, por outro lado, uma conduta antissocial, não acatando nem aceitando normas. Surgem fortes conflitos entre a necessidade de amar ao pai e a mãe e a desaprovação de sua conduta.

Divórcio na gravidez

A criança durante os primeiros meses de vida, ou mesmo antes de nascer, é afetada pelo estado de ânimo da mãe. Pode nascer com pouco peso ou ter atraso no desenvolvimento cognitivo e emotivo.

O pediatra lista também algumas frases que podem ajudar as crianças a superarem bem o divórcio:

  • O divórcio não é sua culpa.
  • É normal pensar e sentir algo a respeito.
  • O que você pensa e sente tem importância.
  • É natural que os pais chorem.
  • Você será cuidado, mesmo os pais não estando juntos.
  • Outras crianças experimentaram a mesma situação e tudo acabou bem.
  • Há pessoas com quem eles podem conversar.
  • Há coisas que você pode fazer para se sentir melhor e ajudar seus pais.
  • Você continua a ser amado depois do divórcio.