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Baixa estatura da criança pode ser indicativo de doenças

Publicado 30 Jun 2016 – 05:45 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Marianna Feiteiro

Do Bolsa de Bebê

Crianças baixinhas podem sofrer muita pressão dos colegas. Não raro, elas são alvos de chacotas e piadas e acabam desenvolvendo algum tipo de insegurança na vida adulta. O problema, no entanto, não se limita ao campo estético e requer atenção especial dos pais.

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O endocrinologista Dr. Osmar Monte, professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica que, apesar de a baixa estatura em si não representar riscos à saúde, ela pode indicar que a criança sofre de alguma doença.

"A estatura de uma criança depende fundamentalmente do padrão genético do crescimento familiar, ou seja, da estatura do pai e da mãe. Baseado nisso, ela deve crescer dentro do percentil de crescimento normal para a estatura", esclarece. Segundo o especialista, se o jovem não cresce dentro deste padrão, significa que tem um distúrbio do crescimento, que pode ser causado por doenças crônicas, como diabetes, asma, doença celíaca, etc., hipotireoidismo ou pela deficiência do hormônio do crescimento (GH).

O especialista enfatiza que, para identificar a tempo algum destes problemas, é essencial fazer um acompanhamento periódico da altura e peso da criança durante todo seu período de evolução, que vai desde o nascimento até os 18 anos, para os meninos, e até os 16, para as meninas. "Devemos, pelo menos uma vez por ano, pesar e medir as crianças. Um jovem entre sete e oito anos deve crescer de cinco a seis centímetros em um ano. Se ele cresce apenas três, é muito difícil notar a diferença a olho nu, e os pais só vão perceber três anos depois, quando ele ficou baixo perto das outras crianças", alerta o médico. "Mas, medindo periodicamente, percebemos que ele deixou de crescer naquele período e que precisa ser avaliado", completa.

O tratamento depende do distúrbio apresentado pela criança. Se o problema é a deficiência de GH, a criança deve receber injeções diárias do hormônio, por um período que pode se estender por anos. "Não existe efeito colateral, mas é uma terapia que exige acompanhamento médico rigoroso. A criança deve ir à consulta a cada três meses para que o médico avalie a resposta do tratamento e ajuste a dose, caso necessário", esclarece Dr. Osmar.

O tratamento é inteiramente pago pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no caso de crianças que apresentam a deficiência. Para as pessoas que não estão doentes, ou seja, não sofrem da falta do hormônio, mas ainda assim desejam ser mais altas, o custo da terapia fica por conta do paciente, e o especialista alerta: "O preço é exorbitante. Cada ml deste hormônio custa em torno de R$ 60, e a dose é proporcional ao peso. O custo total pode chegar a R$ 400 mil."

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