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Seu filho tem pesadelo?

Publicado 30 Jun 2016 – 08:14 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Seu filho acorda no meio da madrugada assustado, chorando, agarra-se a você e tem dificuldade de voltar a dormir? Provavelmente ele teve um pesadelo. Calma, nada de pânico! É preciso primeiro avaliar e entender o contexto e freqüência com que esta situação acontece, para então buscar a solução. Afinal, o que é um pesadelo?

Pesadelo é um mau sonho, um sonho assustador que pode se apresentar das mais variadas formas. Para a criança, pode ganhar a forma de algo que ela tenha pavor, como monstros, bichos e quedas. Não importa a forma, o que importa, na verdade é o sentido, o que estes pesadelos querem revelar. Pode ser algo momentâneo assim como pode ser algo revelador de questões mais significativas. Portanto, fique atenta!

Não é algo tão incomum de acontecer, todos nós já tivemos pesadelo. O importante é perceber em que condição ele acontece para não transformá-lo em um "cavalo de batalha" desnecessariamente. Quer dizer, nem supervalorizar, muito menos menosprezar, mas entender para ajudar seu filho a resolver o conflito que o gerou.

de nada adianta a criança passar a dormir no quarto com os pais se nenhuma mudança sobre o que causa seu medo acontece


Quando um mau sonho acontecer, avalie como foi o dia do seu filho, se aconteceu algo que o assustou, como um filme ou desenho violento, briga na escola, uma história contada antes de dormir, enfim, qualquer situação que possa ter gerado um desconforto ou medo. É normal que este medo apareça nos sonhos, contudo, é uma questão pontual e passageira. Neste caso, vale a pena conversar com a criança sobre o acontecido e deixá-la falar sobre o que a assustou e, ao longo da conversa, ajudá-la a entender, elaborar e resolver a situação.

Há casos porém em que os pesadelos são frequentes, aí é preciso maior cuidado. Os pesadelos funcionam também como válvula de escape e quando acontecem com frequência podem ser indicativo de que algo não vai bem com a criança. Alguma situação de sua vida a assusta e é preciso investigar, pois esta é a causa. Lembre-se de que o pesadelo é a conseqüência! Assim, de nada adianta a criança passar a dormir no quarto com os pais se nenhuma mudança sobre o que causa seu medo aconteceu.

Conheço o caso de uma criança que passou a ter pesadelos diários a partir de seu primeiro dia de adaptação na escola. Analisando um pouco mais, a mãe se deu conta que seu pequeno, desde que nasceu, nunca se afastou dela. Todos os dias, o dia inteiro ao lado da mãe, mesmo nos momentos em que brincava com outras crianças. Não é de se estranhar o tamanho da insegurança desta criança quando se solicita dela que tenha momentos sem a mãe ao seu lado. Nesta situação, escola e família devem caminhar juntas, realizando a adaptação com muito cuidado, pois este é um passo extremamente significativo para esta criança.

Há outros casos em que os maus sonhos revelam dificuldades em lidar com situações que causam sofrimento, revelando alguma dificuldade emocional, como a separação dos pais, o medo de ficar sozinho. Desta forma, os pesadelos funcionam como forma de descarregar esta tensão. Exemplifico com o relato de uma mãe cujo filho começou a ter pesadelos freqüentes. Trata-se de uma criança de 4 anos de idade extremamente tímida e exigente com ela mesma, na escola não se permite errar, querendo sempre receber elogios. Através dos sonhos noturnos, este menino expressa suas dificuldades, liberando sua tensão.

É preciso buscar caminhos para que a criança fale acordada sobre seus sentimentos e receios. Portanto, quando os pesadelos persistirem interferindo no dia a dia da criança é preciso procurar ajuda de um especialista.

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