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Depressão infantil

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 3 Abr 2018 – 09:17 AM EDT
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Medo de ficar só, pessimismo, agressividade, problemas para se alimentar, isolamento dos coleguinhas, distúrbios do sono, dores freqüentes, agitação excessiva e baixa auto-estima. Estes são os principais sintomas da depressão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, só no Brasil ela atinge quase 20% da população e as crianças vêm sendo as novas vítimas. Pelo menos 5% delas, em todo mundo - incluindo bebês - já sofre com a doença. E os motivos vão desde o medo do desconhecido, sensação de culpa e carência até perda de um ente querido e problemas financeiros e de relacionamento entre os pais.

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"A depressão é um dos problemas psíquicos mais comuns da atualidade. Ela altera os sentimentos, reduz a sensação de bem-estar, muda a forma de pensar, as escolhas, o comportamento e até as crenças das pessoas", esclarece a psicanalista especializada em depressão infantil e fracasso escolar Divina Rita Gomes. E, ao contrário do que se pensa, a depressão não é uma tristeza profunda. "É comum diante de um evento negativo, como a morte de alguém, ficarmos tristes. Mas a criança depressiva permanece triste, desmotivada e com pensamentos negativos a seu respeito, ao mundo e ao futuro mesmo vivenciando situações positivas", enfatiza Divina.

Crianças hiperativas, que se machucam muito, são agitadas e que se irritam com facilidade podem estar com depressão, assim como crianças introvertidas, tímidas e quietas


E não há idade e classe social que esteja imune à depressão. Até mesmo bebês podem apresentar a doença. "Eles choram com freqüência, ficam quietinhos, têm problemas para dormir e se alimentar. Se mostram irritados e possuem um olhar triste", revela a pediatra especialista em saúde da criança Maria Cristina Senna Duarte. E, muitas vezes, a própria mãe pode ser a causa. "Um bebê pode ficar deprimido ao nascer em função de uma mãe que já tem tendência a ser depressiva", afirma a psicóloga Nancy Erlach. É que a depressão pode ser hereditária. "Ela também é uma disfunção nos neurotransmissores devido à anormalidades e falhas em áreas cerebrais específicas transmitidas geneticamente", confirma Maria Cristina. Mas você sabe dizer se seu pequeno anda sofrendo desse mal?

Pesquisando os sintomas

Diagnosticar a depressão na criança não é uma tarefa fácil. "A depressão na infância costuma passar desapercebida porque sua manifestação pode vir de várias formas e não necessariamente estar associada à tristeza e ao isolamento - conceitos típicos que a sociedade entende como depressão", revela a neuropsicóloga da infância e adolescência da USP Ana Olmos. "Crianças hiperativas, que se machucam muito, são agitadas e que se irritam com facilidade podem estar com depressão, assim como crianças introvertidas, tímidas e quietas", ilustra Ana. Por isso, a melhor forma de diagnosticar a doença é observar o comportamento dos pequenos. "Os pais devem verificar se houve alguma alteração nas atitudes. E buscar descobrir o que tem levado o filho a agir dessa forma", aconselha Nancy.

Mas, de uma forma geral, alguns sintomas podem apontar um quadro depressivo. "Dores de cabeça, dificuldade para respirar, dores no peito, tonturas, cólicas abdominais, enjôos, falta ou aumento do apetite, choros, insônia, cansaço e zumbidos nos ouvidos são sintomas de depressão", aponta Divina. Tristeza, ansiedade, sentimentos de culpa, pessimismo, hiperatividade, falta de interesse, baixo rendimento escolar, dificuldade de concentração, agressividade, timidez súbita e maus pensamentos, como suicídio, também são sintomas de que uma depressão está instalada na criança.

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