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O sono do bebê

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Você aguardou ansiosamente o dia em que ele deixaria a maternidade rumo ao lar doce lar. Seriam 24 horas de contato diário, com muitas histórias, canções e sorrisos. Ninguém lhe disse - ou você não achou que fosse literal - que recém-nascidos dormem muito. Muito. O dia inteiro, diga-se. E também acordam várias vezes para mamar. De duas em duas horas, se você der sorte, talvez de três em três. À noite, inclusive. Esqueça o que você entende por "sono regular". Bem-vinda ao mundo do eterno despertar. Por que será que os bebês dormem tanto e de forma tão irregular?

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Em média, os recém-nascidos dormem 18 horas por dia, sendo três horas de sono para cada hora desperto. E toda essa soneca tem uma explicação: o sono é essencial para o correto desenvolvimento físico, mental e emocional do bebê. "É durante o sono que os hormônios responsáveis pelo crescimento são liberados e a memória trabalha organizando as vivências da criança e produzindo substâncias importantes para sua cognição", afirma Grant Carvalho Filho, pediatria do Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro. Ao final do primeiro mês, o pequeno dorminhoco já passa menos horas no berço: cerca de oito horas à noite e seis horas pela manhã.

A importância da amamentação

Você deve ter percebido, depois de muitas madrugadas em claro, que apesar de tanta sonolência, é comum os pimpolhos despertarem várias vezes ao dia. "Ocorre que eles gastam muita energia para se desenvolver e precisam recuperá-la se alimentando, no mínimo, a cada três horas", afirma Grant. Além disso, "o sistema nervoso do bebê ainda é imaturo e leva algum tempo para aprender que deve dormir quando anoitece e fica escuro, e permanecer acordado quando o dia clareia e a casa se agita", completa Sylvia Joffily, psicóloga especialista em neuropsicologia.

Se por um lado o leite é fundamental para garantir um sono de qualidade, em excesso, pode levar ao efeito inverso


A qualidade do sono é fundamental. Ela é influenciada por inúmeros os fatores, a começar pela amamentação. "Nas primeiras semanas de vida, a glândula Pineal do recém-nascido (responsável pela regulação do sono) não produz a melatonina (hormônio do sono) necessária para fazê-lo adormecer e a dose complementar lhe será fornecida através do leite materno", esclarece Sylvia.

A mamada noturna é a mais importante: "Como a melatonina só é produzida na ausência de luminosidade, o leite colhido pela mãe durante o dia para alimentar o bebê à noite não fará o mesmo efeito que o leite bebido diretamente do seio materno", revela a psicóloga. Mas nada de forçar o filhote a se alimentar. Se por um lado o leite é fundamental para garantir um sono de qualidade, em excesso, pode levar ao efeito inverso. "Em demasia, ele faz com que o intestino do recém-nascido trabalhe mais e com contrações até dolorosas, impedindo a criança de adormecer", afirma Grant. Para amenizar esse efeito, coloque a criança para arrotar por cerca de dez minutos. "Isso alivia a distensão do estômago e melhora a qualidade do sono", garante o pediatra.

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