Meningite bacteriana na infância
Febre, sonolência anormal, irritação, recusa do peito ou da alimentação não são circunstâncias normais nos primeiros anos de vida de uma criança. Cuidado! Esteja atenta e avalie rapidamente a necessidade de levar seu bebê para uma avaliação médica de urgência. Se ainda acompanhada de vômitos, convulsões e rigidez na nuca, não perca tempo: vá o mais rápido possível a um posto médico ou a um ambulatório pediátrico. Como a meningite bacteriana pode levar a morte em horas, é necessária a atenção médica urgente.
As bactérias que causam a meningite estão presentes no meio ambiente e podem se instalar no nosso organismo, principalmente através do sistema respiratório, sem, entretanto, causar a doença. É o estado de portador. A meningite bacteriana causada pelo Hemophylus tipo B é mais comum em crianças com idades entre um mês de vida e 2 anos, mas casos acima desta idade também são relatados.
A punção lombar é o exame mais comum realizado para diagnosticar a meningite. Assim, não fique tensa nem conteste a necessidade deste exame
Quando existe a suspeita de meningite, o médico deve determinar rapidamente se ele está diante de uma infecção bacteriana, viral ou de outra espécie, e o tratamento é diferente para cada uma delas. A punção lombar é o exame mais comum realizado para diagnosticar a meningite. Assim, não fique tensa nem conteste a necessidade deste exame. Ele é fundamental para definir as próximas horas e o tratamento da criança. Além desse exame, o médico poderá solicitar a cultura de amostras do sangue, urina, muco nasal e da garganta para confirmar o diagnóstico.
Quando a suspeita se confirma
Quando o atendimento é realizado de imediato, as chances de sucesso são de 90%. Menos de 10% de meningites bacterianas são fatais. No entanto, se o tratamento não for conduzido nas primeiras horas dos sintomas apresentados, é provável que lesões cerebrais permanentes aconteçam, ocasionando seqüelas como a surdez, paralisia e comprometimento da capacidade evolutiva e das faculdades cerebrais. O desenvolvimento neurológico, psicológico e motor comprometido também pode provocar transtornos na evolução da inteligência e na motricidade da criança.
A internação ocorre em média por cinco a sete dias e as pessoas que tiveram contato direto com a criança deverão fazer a profilaxia para a doença. Ou seja, tomar antibiótico indicado pelos médicos pelo período de dois dias, em média. Crianças que eventualmente tomaram contato com o doente, mas de forma indireta e não estreita (escola, bairro, prédio...), não necessitam desta medicação.
Após a alta da criança, a família deverá seguir uma vida normal tomando o cuidado imediato de preveni-la de outras infecções, pois seus sistemas de defesa ainda merecem cuidados. O acompanhamento posterior com o neurologista pediatra é recomendável para se ter a certeza de exclusão de possíveis seqüelas.
A prevenção como objetivo
A prevenção ainda não é total, mas para as bactérias mais comuns causadoras da doença (Hemophylus Influenza tipo B, Meningococo tipo C e Pneumococo) já existem vacinas. A vacina para a bactéria Hemophylus tipo B já faz parte do calendário de vacinação do governo e é aplicada junto com a vacina DPT (Tríplice), nos 2, 4 e 6 meses de idade. Mas você poderá proteger também seu bebê aplicando a vacina contra o Meningococo tipo C, que é um dos tipos de bactéria mais comum da meningite na infância e a vacina para Pneumococo, nas clínicas de vacinação especializadas, a partir dos primeiros meses de vida. As vacinas são praticamente isentas de efeitos colaterais.
Lembre-se sempre: o melhor remédio é a prevenção. Assim, resguarde seu bebê de ambientes muito poluídos, com muita concentração de gente, ambientes fechados e sem circulação de ar. O contato da criança com pessoas deve se restringir ao círculo familiar: seus pais, alguns poucos parentes, o pediatra do bebê e, quando houver, a babá ou a professora. A questão da sociabilidade não é importante nesta fase. Seu bebê ainda precisa de cuidados especiais, atenção redobrada e tranqüilidade. Enquanto suas defesas e imunidade não forem alcançadas, é uma boa prática afastar possíveis focos de transmissão de doenças.