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A linguagem do bebê

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Toda mãe espera ansiosa o pronunciamento das primeiras palavras do bebê. Mas enquanto elas não vêm, ele vai encontrando outras formas de se comunicar: pelo choro, fazendo caretas, sorrindo, pressionando as mãozinhas. Porém, a falta de um manual de instruções que indique o que ele está - exatamente - querendo dizer pode por muitas mamães de cabelos em pé. Como seria mais fácil se os pequenos já nascessem falando, não é mesmo? Mas enquanto a natureza não se encarrega desse feito, veja o que os especialistas têm a dizer sobre a linguagem do bebê e aprenda como a decifrar se o choro do pequeno é de fome, sono, dor ou até mesmo manha.

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Nos primeiros meses de vida, o bebê ainda não é capaz de produzir nenhum som articulado pela língua. "Então, ele se comunica com o choro, o olhar, o ciclo de vigília e sono seu ritmo, sua alimentação e até mesmo seu tônus muscular", revela a fonoaudióloga especialista em lingüística Erika Parlato de Oliveira. Somente a partir dos três meses a criança já é capaz de balbuciar uma seqüência de sons. Surgem, então, as primeiras 'palavras': 'dada', 'papa', 'mama'.

A importância dos pais

No entanto, esses sons vocálicos não costumam apresentar um significado claro para a criança e ganham sentido a partir da interpretação dos pais. "No momento que a mãe classifica o 'pa-pa-pa' da criança como 'papai', por exemplo, aquelas sílabas tornam-se uma espécie de palavra no cotidiano da criança. A produção que era desprovida de significação passa agora a ter o sentido dado pela mãe", revela Erika. "Por isso, é tão comum que apenas os pais entendam o que seus filhos estão querendo dizer", completa a fonoaudióloga especializada em estudos da linguagem Ana Lúcia Girardi.

A partir dos três e quatro meses, os bebês também começam a imitar os gestos dos adultos, sorrindo quando sorriem para ele ou se escondendo, quando brincam de esconde-esconde. "Nem tudo o que o bebê produz nessa fase é feito espontaneamente. A imitação é uma forma de aprendizagem e inserção social importantes para a criança", explica Erika.

Por isso, os especialistas recomendam que os pais, desde cedo, estimulem a expressividade da criança. "Nesse sentido, vale tudo: imitá-la quando ela produz algum som, contar o que fizeram durante o dia, perguntar a ela o que acha da atual crise, mesmo que a criança não compreenda. Pois, mais importante que o conteúdo do que se diz é a forma como nós o fazemos e o tom que usamos para falar. São esses 'tons' que a criança aprende a imitar em primeiro lugar", ensina Alessandra Del Ré, professora do Departamento de Lingüística da UNESP de Araraquara, São Paulo.

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