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Serginho revela fórmula de sucesso na TV e como filho mudou sua vida no "Altas Horas"

Publicado 6 Abr 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 10:34 AM EDT
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Se você já assistiu a algum programa comandado por Serginho Groisman, sabe como funciona um dos formatos de maior sucesso da TV brasileira: perguntas e respostas feitas por uma plateia jovem, convidados disputados e assuntos que estão em alta.

E não é de hoje que o apresentador do “Altas Horas” aposta no modelo para misturar jornalismo e entretenimento nas telinhas, levando a discussão de diversos tópicos para a esfera jovial e instigando adolescentes e adultos ao debate.

A carreira de Serginho na área teve início com o “Matéria Prima”, na TV Cultura, em 1990. O foco no público jovem era o segredo, tanto que o formato baseado em entrevistas, shows, quadros humorísticos e gincanas foi mantido em 1991, quando o apresentador foi para o SBT à frente do “Programa Livre” – que ficou no ar até 2001, quando Serginho se mudou para a Rede Globo.

Durante os anos na TV, o desafio do apresentador foi - e continua sendo - grande: o de se reinventar, procurando modos atualizados para conversar com as diferentes gerações, sem perder sua identidade.

“Gosto de trabalhar com essa faixa etária, que vai dos 15 aos 25 anos, porque são idades em que as pessoas ainda não têm uma responsabilidade completa: não tem filhos, de um modo geral, ou responsabilidades com chefes, por exemplo. Então elas podem perguntar coisas que ninguém perguntaria, têm uma coragem que pessoas mais velhas não tem mais”, afirmou Serginho Groisman em entrevista ao Vix.

Sucesso do “Altas Horas”

Quem assiste ao “Altas Horas”, que agora vai ao ar às 23h na Rede Globo, sabe que os assuntos tratados no programas são vários: além do entretenimento, cabe destaque às temáticas de saúde, sexo, discriminação e violência. Já o relacionamento de Serginho com a plateia parece algo natural - uma qualidade rara e imprescindível para um apresentador de sucesso na TV.

Para ele, um dos segredos é reverter o diálogo: fazer os jovens refletirem sobre assuntos que fogem do dia a dia deles.

“Eu não sou uma pessoa que fica se preocupando em ser ou parecer jovem – o que seria ridículo. Eu me visto no programa do jeito que me visto em casa, na rua, em todos os lugares. Não frequento balada para saber qual é a gíria, nem fico procurando saber quais são os sites para ir atrás do comportamento dos jovens", explicou o apresentador de 66 anos. "É um pouco o inverso. Tento fazer com que a plateia faça uma reflexão de temas que não são só jovens. E principalmente ouvir essa plateia – respeitando, mesmo que não concorde, as opiniões que são ditas”, contou Serginho.

E é nesse diálogo que Serginho encontra a satisfação profissional, uma vez que, para ele, o mais legal de trabalhar com o público jovem é ver a coragem que essas pessoas têm de mudar de opinião.

“À medida que vão ficando mais velhas, elas ficam só defendendo uma opinião. É raro você ver uma pessoa mudar de opinião por conta de um argumento, o que é muito triste, principalmente no Brasil de hoje”, afirmou.

Com a mudança de horário do "Altas Horas" da 1h para as 23h - uma aposta da Globo tendo em vista os bons índices de audiência -, Serginho se sentiu desafiado a fazer algumas mudanças, mesmo que poucas, no programa.

A mais evidente foi a popularização dos convidados, tendo duplas sertanejas e funkeiros como o carro-chefe nessa nova fase da atração, balanceando com o que já era feito. Nomes conhecidos do grande público se misturam no palco com bandas novas, tendo como pano de fundo temas pouco explorados na TV aberta.

“E o nosso índice foi, não só se mantendo, como crescendo. Em 2017, nós chegamos a quebrar o recorde de audiência e estamos indo muito bem. Foi uma readaptação tranquila, com apoio de todos os setores da Globo”, reforçou Serginho.

Como a paternidade mudou o dia a dia na TV

Outra mudança do "Altas Horas" veio de maneira indireta em 2015, com a chegada de Thomas, primeiro filho de Serginho, que completa dois anos em junho. Não demorou muito tempo para o pequeno, que completará dois anos em junho, se tornar fonte de inspiração para o pai - um homem "mais leve" com a paternidade.

“[Ser pai] mudou muito o meu jeito de lidar com o trabalho na TV. E foram as pessoas que me acompanham que sentiram isso, primeiro veio de fora. As pessoas falavam: 'Você está diferente, está mais leve'. A partir de então que eu realmente comecei a perceber”, admitiu.

“A Fernanda [Molina, esposa de Serginho], às vezes, vem às gravações e fica com o Thomas do lado de fora. Eu fico ouvindo ele enquanto estou entrevistando e gravando, é uma inspiração muito boa”, confessou o apresentador.

E os assuntos paternidade e maternidade estão cada vez mais em pauta no programa! As ideias e a vontade de falar sobre o assunto no “Altas Horas” aumentou e, sempre que possível, as temáticas são abordadas.

“A Fernanda, apesar de ser dentista, trabalhou com amamentação a vida inteira. Estamos juntos há 11 anos e sempre quisemos ter um filho. E uma hora veio o Thomas. Mas ela sempre falou de amamentação em palestras, por exemplo. E agora eu também virei um militante do aleitamento materno. Ela virou ‘madrinha da amamentação’ em 2015 e eu, sempre que posso, falo sobre o assunto no programa, porque acho muito importante”, pontuou.

Novidades do programa em 2017

Com os altos índices de audiência, os novos quadros estão em planejamento para temporada 2017 do “Altas Horas”. Além dos clássicos esquetes com a sexóloga Laura Miller, com o humorista Marco Luque e o “Dizem Que Me Pareço...”, vem muito mais por aí.

“Nós sempre pensamos em mudança, nunca estamos parados. O programa tem alguns quadros novos, mas a mudança do ‘Altas Horas’ está sempre na atualidade. Já faz um ano que trabalho com o Marco Luque e oito anos que tenho a Laura, são as pessoas fixas do programa. Mas fora isso, tudo pode acontecer. É um programa muito aberto a experimentos”, contou.

Um desses experimentos citados pelo apresentador são as entrevistas por Skype, que prometem ser uma aposta para o ano. O quadro consiste em entrevistar personalidades que estão em qualquer lugar do mundo – e teve sua estreia marcada pelo jogador Neymar e pela atriz Bruna Marquezine, em Barcelona, na Espanha.

“São entrevistas, nacionais e internacionais, via internet. A gente já começou com o Neymar, lá de Barcelona, e muitas pessoas estão na mira. Personalidades que eu considero importantes e relevantes no mundo, que vão entrar para conversar com a gente ao vivo”, completou.

Momentos marcantes

No ar desde 2000, já é de se imaginar que o “Altas Horas” deixou muitos momentos marcados na memória de Serginho. Na hora de relembrar algum em específico, a seleção fica difícil para o apresentador, que resolve optar pelos aniversários da atração.

“Os aniversários do ‘Altas Horas’ fora dos estúdios sempre foram demais. Dez anos atrás, em 2007, fomos para Salvador, montamos a banda original do Tim Maia, pegamos todos os cantores famosos da Bahia [Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Claudia Leitte, Carlinhos Brown, Chiclete com Banana] e eles tiveram que cantar uma música do Tim Maia no arranjo original. Foi maravilhoso”, relembrou Serginho.

De dez anos para cá, muita coisa aconteceu – incluindo o nascimento de seu filho, Thomas. O pequeno foi visto pela primeira vez pelo público ao final do ano passado, surpreendendo não somente a plateia, como também seu pai.

“O mais emocionante foi no Natal de 2016, quando a Fernanda trouxe o Thomas e deixou ele entrar no palco programa. A gente nunca tinha mostrado ele antes, em nenhum lugar. Mas foi um momento muito bom. A Fernanda tomou essa iniciativa e ele entrou correndo”, lembrou o apresentador.

Projetos futuros

Acostumado a ver Serginho em programas com plateia, você já imaginou o apresentador comandando um tipo totalmente diferente de atração? Pois já pode começar a se acostumar com a ideia! Um programa de entrevistas pode ser lançado logo mais, e já tem até mesmo o primeiro episódio gravado.

“É um programa em que vou entrevistar pessoas que conheci ao longo da vida. Vou falar de momentos em que nos encontramos, em que eu via essas pessoas fazerem alguma coisa marcante e dos momentos em que nos conhecemos”, contou o apresentador.

Curioso para mais detalhes? Serginho contou quem foi seu primeiro entrevistado e revelou algumas particularidades da nova atração.

“São histórias de momentos em que estivemos juntos, ou eu vendo essa pessoa, ou ela me vendo, ou nós participando de algo juntos. O primeiro episódio foi com o Casagrande: houve momentos em que eu era o repórter e entrevistava ele, e depois ele nos estúdios da Globo falando sobre dependência química. É uma série que promete!”, finalizou Serginho. 

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