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Esqueça a tinta: papel pode ser impresso com luzes ultravioletas (e reutilizado 80 vezes)

Publicado 27 Fev 2017 – 10:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Pesquisadores chineses e norte-americanos desenvolveram um novo tipo de papel impresso com luzes ultravioletas (UV), que podem ser reutilizados mais de 80 vezes.

Para isso, os cientistas criaram um processo de mudança de cor em nanopartículas, com um revestimento bem fino que passou a ser aplicado no papel tal qual o conhecemos.

Impressão com nanopartículas

O novo revestimento do papel foi feito com dois tipos de nanopartículas: uma de azul prussiano (um tipo de pigmento fácil de ser extraído e que perde a cor ao entrar em contato com elétrons) e outro, chamado de dióxido de titânio (TiO2),  é fotocatalítico (resultado de uma absorção de luzes UV que tem as reações químicas aceleradas depois da exposição).

Depois de revestidas no papel, a mistura dessas duas nanopartículas faz com que o material tenha um aspecto azul sólido.

A diferença é que, ao ‘carimbar’ textos ou imagens, a luz UV estimula as nanopartículas de TiO2. Elas liberam elétrons, que são capturadas pelo azul prussiano, que logo fica incolor.

Com esse processo, todas as cores que não são azul prussiano passam a ser ‘carimbadas’ pela luz.

Papel difícil de apagar

Apagar o que foi impresso nesse tipo de papel é bem mais complicado do que passar uma simples borracha.

Após ser impresso, o papel mantém sua configuração por pelo menos 5 dias em alta resolução e depois, lentamente, volta para o azul sólido por meio da oxidação.

Dessa forma, para apagar as letras ou imagens, o papel precisa ser aquecido por cerca de 10 minutos até voltar ao estado azul sólido e, assim, tornar-se novamente transparente por meio da mistura das nanopartículas.

Apesar de ser um processo bastante complexo, os pesquisadores preveem que esse tipo de papel pode ter uma produção barata em escala comercial. “A impressão também é mais rentável do que o convencional, porque não é preciso de tintas”, disse Yadong Yin, professor de Química da Universidade da Califórnia-Riverside, um dos coautores do estudo.

“O mais importante é que o papel com impressão de luz pode ser reutilizado mais de 80 vezes, reduzindo significativamente o custo global”, complementou.

Atualmente a equipe trabalha em uma impressora a laser, especificamente construída para processar toda a dinâmica de interação das nanopartículas e produzir esse tipo de papel em massa. “Também vamos atentar a métodos eficazes para realizar a impressão em cores", concluiu Yin.

Ciência e a impressão 3D

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