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Reconstrução fácil: é possível recriar rostos de pessoas pré-incas no seu smartphone

Publicado 10 Out 2016 – 09:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Reconstruir rostos de povos antigos exige extrema habilidade forense e análises que podem durar anos – às vezes, até décadas. Mas, é justamente para tornar tudo mais rápido que existe a tecnologia, não é? Foi graças a ela que dois pesquisadores brasileiros conseguiram rapidinho identificar fósseis e esqueletos antigos: eles usaram a técnica da reconstrução facial em 3D para dar uma ‘cara’ a elas.

Paulo Miamoto, professor de odontologia da Faculdade São Leopoldo Mandic, e Cícero Moraes, vice-coordenador da Ebrafol (Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal), utilizaram softwares gratuitos de código aberto para fazer a reconstituição em 3D de pessoas que viveram em sociedades antigas, a partir de suas ossadas.

Rosto do Senhor de Sipán

Uma das descobertas mais recentes dos brasileiros mostra a tumba de um governante do século III, o Senhor de Sipán, que reinou na civilização pré-inca peruana dos Moches.

Antes de editar as imagens no software, os dois pesquisadores utilizaram o potencial de processamento de um smartphone. Após constatar que se tratava de um homem entre 35 e 50 anos, a reconstituição abriu hipóteses para descobrir as causas dessa morte. Eles descobriram, então, que o crânio do Senhor de Sipán foi esmagado por conta do peso do solo sobre a tumba em que estava seu esqueleto.

O objetivo, diz Miamoto, é abrir o leque para pesquisas forenses. "Quando existe uma ossada e não há ninguém procurando por ela, alguém pode reconhecer a reconstrução do rosto e entrar em contato. Isso pode melhorar a produção da prova pericial", disse à Folha.

Aulas de reconstituição forense em 3D

A dupla, além de trabalhar em reconstituições, pretende formar novos pesquisadores. Por isso, eles ministram um curso específico de “Introdução à Reconstrução Facial Forense com Softwares Abertos”, na cidade de São Paulo. “Os alunos aprendem como digitalizar um crânio e transformá-lo num objeto 3D sem o auxílio de scanners ou tomógrafos”, diz Miamoto. “A tecnologia 3D com softwares abertos é aplicada à antropologia forense”.

Tanto Miamoto quanto Cícero trabalham em um manual de reconstrução facial. Além disso, eles têm outro desafio: fazer a reconstituição facial de duas múmias do Egito antigo.

Maravilhas em três dimensões

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