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Internet via satélite é solução prática, mas muito mais cara; veja quanto custa

Publicado 7 Out 2016 – 09:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Atualmente, nossa internet depende de cabos telefônicos e de fibra ótica. Certo? Mas, algumas empresas já estão pensando em um jeitinho de oferecer uma nova alternativa, que ajude a tornar o acesso mais prático: a internet via satélite.

A lógica para o funcionamento desse tipo de acesso é parecida com a das TVs: os dados são transmitidos a partir de satélites geoestacionários, ou seja, que ficam parados na órbita, num ponto fixo sobre a linha do Equador. Uma antena capta esse sinal, e transmite a internet para a residência ou empresa.

Com o objetivo de permitir levar banda larga a lugares do Brasil onde o acesso é muito restrito, empresas como a Hughes e até a Boeing, empresa de aviação, já estão implementando os serviços a partir desses tais satélites geoestacionários. 

“A grande vantagem do satélite é poder levar conexão para qualquer lugar. É uma oferta complementar para ser usada aonde a banda larga não chega”, diz Eduardo Tude, presidente da Teleco, empresa de consultoria de telecomunicações.

A desvantagem é que a comunicação via satélite pode ser um pouco mais lenta que outros serviços, como cabos e fibras. “Isso torna o uso da internet via satélite impraticável para aplicações em tempo real, como games online ou ferramentas de teleconferência, como Skype”,  diz análise da revista Wired, especializada em tecnologia.

Banda Ka

Primeira empresa a oferecer planos de internet via satélite no Brasil, a Hughes utiliza a banda Ka, uma frequência de baixo custo que permite os satélites trabalharem numa frequência considerada alta. Assim, ela pode oferecer o tráfego de maior quantidade de dados num pacote de banda larga ‘comum’. Em tese, um plano de 10MB de uma banda Ka, por exemplo, pode ser melhor que os 10MB oferecidos via cabo telefônico.

“A banda Ka concentra os sinais de transmissão em feixes pequenos de grande potência, reduzindo significativamente as instabilidades inerentes às transmissões via satélite”, garante Marcus Turchetti, diretor de operações da Hughes.

Negócio de gigantes da tecnologia

Outras gigantes têm anunciado planos soberbos para um futuro próximo: a SpaceX, do bilionário Elon Musk (o mesmo que quer fazer turismo em Marte), disse que mandaria 4 mil satélites para gerar banda larga gratuita até 2020; a OneWeb, em parceria com a empresa aeroespacial Airbus, pretende fabricar 900 satélites para essa finalidade.

“Esse elevado número de satélites é bastante ineficiente”, disse o analista de comunicações via satélite Roger Rusch. Por mais que hoje em dia o custo seja menor para investir em internet via satélite, ainda pesa bastante. “Eles são mais baratos, mas você precisa de 4.000 deles que custam 1.000 vezes menos cada”. William Ostrove, analista da empresa aeroespacial Forecase, reforça: “isso vai ser algo extremamente caro”.

Internet via satélite: quanto custa?

Natural que essa conta vá para o bolso do cliente. Mesmo assim, neste primeiro momento, a internet via satélite é atrativa justamente por sua acessibilidade: a consultoria Teleco divulgou um relatório em abril deste ano que constatou que apenas 248 dos 5.570 municípios brasileiros têm oferta de serviço de banda larga fixa com taxas de velocidade superiores a 20 Mbps.

Essas 248 cidades incluem grandes polos comerciais, como São Paulo e Belo Horizonte, e concentram metade da população brasileira.

A solução da empresa Hughes é atender a demanda dos mais de 5 mil municípios que oferecem acesso precário de internet. Mas, o valor não é tão acessível assim: o plano residencial mais econômico custa R$ 250, com taxa de velocidade de 10MB – para se ter uma ideia, a empresa NET oferece um serviço de 30MB, ou seja, 3 vezes mais rápido, por um valor de R$ 40 (ainda que não seja acessível a todos).

Ciente de que nem todos os consumidores podem arcar com esse custo, o presidente da Hughes Brasil, Rafael Guimarães, afirmou em evento de lançamento do serviço: "nosso foco é atender a consumidores que dispõem de renda, mas que são mal atendidos e estão dispersos pelo Brasil". Por isso, oferece franquias que podem chegar a 20MB, com valor inicial de R$ 450.

Nessa primeira fase, a empresa vai oferecer seus serviços em 4 mil municípios brasileiros, cobrindo cerca de 80% do território nacional. A ideia é que o país esteja 100% coberto por seus planos de internet via satélite até 2020.

Internet rápida: quem não quer?

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