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O que aconteceria com o mundo se a internet acabasse?

Publicado 30 Set 2016 – 05:08 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Há 20 anos certamente nenhum de nós nos incomodaríamos se a tal da internet que, até então, ninguém sabia muito bem para que servia, parasse de funcionar. Afinal, nos anos 1990, todo mundo reclamava das filas nos bancos, mas ninguém sabia que poderia haver outro jeito. E, claro, para contratar qualquer tipo de serviço, todo mundo tinha que usar o telefone, ou separar um tempinho da agenda para ir até o local e conversar com o vendedor.

Hoje em dia, fila do banco é dispensável e muitos afazeres como comprar roupas e até comida são possibilitados pela internet. O que aconteceria, então, se um dia tudo isso acabasse? Além de fazer com que esses hábitos voltassem ao nosso cotidiano, haveria complicações severas e irreversíveis. Entenda.  

Compras online e a economia

Os dados mais recentes da Pesquisa Brasileira de Mídia, realizada pelo governo federal em parceria com o Ibope, revelaram que o internauta brasileiro fica conectado, em média, 3h39min por dia (aos finais de semana aumenta para 3h43min).

Presente na casa de 50% dos brasileiros, a internet também passou a ser uma espécie de shopping personalizado de cada um. Imagina o que aconteceria se os 38% de brasileiros que já compraram em lojas de e-commerce não pudessem mais adquirir nada online?

Com a diminuição de atividades em diversos setores da economia, muitos autônomos têm investido no comércio eletrônico. Trata-se de uma das poucas áreas que não foram afetadas pela crise econômica atual: só no primeiro semestre deste ano, se não houvesse internet, o país deixaria de movimentar R$ 24,6 bilhões, segundo dados do Ebit, que avalia compras online. 

“O avanço da tecnologia tem garantido experiências cada vez melhores para compradores e vendedores, tornando a compra online cada vez mais prática”, avaliou Stelleo Tolda, cofundador do site Mercado Livre.

Os números têm alta relevância e, por isso, o impacto de tirar a possibilidade de  fazer compras sem sair de casa pode ser maior do que imaginamos. 

Bancos e setores tradicionais sem internet

Ainda que o e-commerce seja uma importante fatia econômica global, não seria o único setor a despencar de vez sem a internet. Milhões de outros negócios também cairiam: publicidade online, dados em nuvem, serviços customizados de consultoria, softwares que controlam números contábeis de empresas… São tantos, que é até difícil elencar.

Até mesmo algumas instituições consideradas tradicionais sofreriam grande impacto se a internet caísse de uma vez por todas. “Os bancos, que presidem a economia mundial, foram revolucionados pela internet e ajudaram milhões de empresas em todos os tamanhos e de todas as formas”, analisou Axel Pawlik, diretor da RIPE NCC, importante empresa de banco de dados digital. “Hoje, se um banco não tiver disponibilidade de transferir dados pela internet, milhões e milhões de dólares comerciais seriam perdidos, colocando os meios de subsistência em grande risco”.

É possível que a internet pare de vez?

Temos a tendência a acreditar que tudo que é bom demais acaba. Mas com a internet não é bem assim. Especialistas acreditam que é muito difícil não termos mais acesso online. “A grande é que os dados da internet não ficam guardados em um só lugar”, chegou a dizer o especialista em segurança virtual Mikko Hypponen.

Existem locais que abrigam grandes quantidades de dados veiculados pela internet. A London Internet Exchange (Linx), por exemplo, é um desses exemplos. Para manter dados de bilhões de pessoas online, Matthew Prince, CEO de uma empresa chamada Cloudfare, também uma empresa de dados, diz que seria preciso destruir 30 unidades espalhadas da Linx.

“Se alguém for realmente capaz de destruir esses 30 edifícios, a internet em si deixaria de funcionar em grande parte do planeta”, disse Prince à BBC.

Cabos de rede nos oceanos

Quem realmente estiver a fim de acabar com a internet do mundo, além de liquidar todos os  dados online, teria a difícil missão de destruir mais de 900 mil km de cabos de energia que circulam os oceanos.

São cabos de fibra ótica espalhados pelos mares que permitem que você tenha acesso à internet. O mapa a seguir mostra por onde eles estão espalhados:

Comutação de pacotes

Mesmo que esses cabos fossem rompidos – e que diversas empresas de segurança entrassem em colapso de vez - uma invenção dos anos 1960 -, continuaria prevalecendo na transferência de dados.

Sempre que vamos acessar um site ou enviar um e-mail, essas informações são transmitidas por diferentes ‘caminhos’, gerando protocolos de comunicação que são rompidos no ar.

A rota para que você acesse o site o mais rápido possível é definida de acordo com proximidade e velocidade: por isso, sites e aplicativos ‘carregam’ antes de ser acessados; significa que está realizando esse trajeto.

A invenção dos anos 1960 que trata disso chama-se comutação de pacotes. Seu principal propósito é ‘quebrar’ a informação em diversos pedaços.

Funciona da seguinte maneira: quando você manda um arquivo, não está mandando apenas um documento; esse arquivo é dividido em pequenos pacotes de dados, até chegar ao seu real destino.

Agora imagine dar conta de destruir todos os dados fragmentados que mantêm você conectado à internet. É mais difícil e improvável de acontecer do que você imagina.

Dicas de comportamento na internet

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