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O que são os ovos de cristal que prometem transformar a vida sexual das mulheres?

Publicado 24 Fev 2017 – 10:40 AM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Terapias que usam pedras e cristais não são novas. Elas são usadas há milhares de anos para realinhar chakras, reequilibrar energias e desenvolver potencialidades individuais. Mas existe um uso específico dos cristais tão antigo quanto o tradicional, mas muito menos falado: a introdução de pequenos cristais em formato de ovo na vagina.

Eles são chamados de ovos yoni - palavra originária do sânscrito que significa “fonte da vida”, mas que pode também designar vulva e vagina – e seu uso está, pouco a pouco, se tornando mais popular.

A promessa é que a prática conecte a mulher com ela mesma, seu inconsciente, sua sexualidade e seu sistema reprodutivo, desde a vulva até o útero. O que cada mulher tira disso é variável, depende de quem ela é e de suas experiências. Mas, para quem quiser tentar, são necessários alguns cuidados.

Introdução de ovos de cristal na vagina: o que é essa terapia? 

A terapeuta Dúnia La Luna, que é guia e apoiadora no uso dos ovos yoni, explica que o uso dos cristais vaginais é uma prática ancestral de povos antigos e xamânicos que sobreviveu aos nossos dias através de tradições do Taoísmo e de mulheres no México.

“Hoje, ela vem sendo redescoberta como uma ferramenta de reconexão da mulher com suas potências em um processo profundo de autotransformação, autodesenvolvimento, autocura e de aproximação da mulher com seu espaço interior e intuitivo”, conta Dúnia.

Como em qualquer terapia com cristais, o uso dos ovos yoni envolve a emissão de vibrações que ajudam na limpeza e despertar energético e físico. No caso, é trabalhado todo o sistema pélvico, que representa para a mulher não apenas a capacidade de gestar um bebê, mas também, simbolicamente, o poder de criar e transformar.

“É nessa região que, como mulheres, recebemos, armazenamos e transmutamos a vida, bem como suas vibrações de medos, realizações de sobrevivência na matéria, relações íntimas e amorosas”, explica a terapeuta.

Como os ovos yoni devem ser usados 

A introdução dos ovos é muito simples: basta colocá-los dentro da vagina, próximo ao colo do útero, algo nada complicado para quem está acostumada a usar absorventes internos, coletores menstruais, etc.

Mas fazer isso sem nenhuma orientação ou preparação pode ter consequências ruins. “Iniciar o processo requer cautela, cuidado, responsabilidade e percepção sutil de seu corpo”, explica Dúnia.

Acompanhamento e entendimento do próprio corpo 

“A adequação à técnica depende muito da disponibilidade da mulher em se tornar dona de seu próprio corpo e saúde, em se tornar responsável por criar um espaço pra si mesma, se observar, se ouvir”, conta a terapeuta.

Também é importante ter o apoio de uma mulher que tenha ampla experiência no caminho e que possa apoiá-la em sua iniciação, oferecendo informações e práticas suficientes para que ela possa se sentir segura para seguir praticando com autonomia.

Preparação com outros cristais 

Dunia explica que, antes do uso dos ovos yoni, ela faz uma preparação com o uso de outros cristais de vibrações mais amenas e outras práticas de conexão com o corpo e abertura perceptiva.

“Para nós, mulheres das cidades, com vida desconectada da natureza, iniciar com qualquer uma dessas gemas pode desencadear processos caóticos por vivermos uma vida de superfície, sem o hábito da auto-observação e percepções profundas e de muita intoxicação emocional”.

Escolha da pedra 

Dunia explica que a tradição taoísta usa a jade chinesa e a mexicana usa a obsidiana, que não é um cristal, na verdade, é lava vulcânica vitrificada. “Para os taoístas, a jade chinesa é um cristal sagrado de vibração Yang [energia ativa, quente e luminosa que complementa o Yin], e, para a tradição mexicana, a obsidiana é uma pedra de vibrações Yin, que nos permite mergulhar no inconsciente e no útero da Terra”.

Preparação do cristal 

A terapeuta conta que, na sua prática, ela prepara o cristal com uma limpeza e um carregamento energético. Enquanto algumas mulheres optam por ferver o cristal antes de introduzi-lo, Dúnia conta que não ferve o cristal, pois isso pode fazer com que a vitalidade seja perdida.

Riscos de fazer a técnica de maneira errada 

Pesadelos e revivência de traumas 

“O uso dos cristais vaginais nos chamam para olharmos para nós mesmas - nossa qualidade de vida e o alinhamento da consciência com o mundo exterior”, explica a terapeuta. “Ele ativa, através do útero, que carrega memória ancestral, nosso inconsciente e por vezes traumas e memórias individual e coletiva feminina podem vir em forma de sonho ou pesadelo”. Esse é um dos principais motivos pelo qual se torna demasiado importante o apoio de outra mulher com mais experiência.

Sobrecarga energética

De acordo com a medicina taoísta, os rins são responsáveis pelo armazenamento e filtragem da energia básica do corpo e, junto com fígado e útero, forma um sistema de captação e distribuição de energia. A pedra, por sua vez, estimula as vibrações no corpo humano e libera toxinas para serem eliminadas. Em consequência, os rins podem ser sobrecarregados e, para evitar que isso aconteça, é preciso que haja o acompanhamento. 

Despertar da sexualidade

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