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Anatomia do orgasmo: veja como vagina, vulva e toda a região se transforma no sexo

Publicado 10 Nov 2016 – 07:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A vagina está muito longe de ser uma estrutura passiva durante o sexo. Toda sua anatomia e seu funcionamento se modificam com o objetivo de satisfazer um de nossos instintos mais primitivos: a reprodução. O mesmo acontece com a vulva, o útero, o clitóris e todos os arredores que compõem o sistema reprodutor feminino.

Como o corpo da mulher muda durante o sexo 

Vagina e vulva ficam mais lubrificadas e até mudam de cor 

A ginecologista Flávia Fairbanks, de São Paulo, explica que, quando a mulher fica excitada, ocorre um aumento da chegada de sangue à vagina, vulva e toda a região íntima. Esse influxo deixa a região da vagina, que é o canal que nós não conseguimos ver por fora, um pouco mais arroxeada, mas também é percebido na vulva (região externa).

Junto com a ação dos hormônios, o aporte sanguíneo na região feminina é também responsável pela lubrificação aumentada quando ocorre a excitação.

Clitóris dobra de tamanho 

Durante o sexo, é comum acontecer a sensação de intumescimento do clitóris. O inchaço é também causado pelo aumento do fluxo sanguíneo na região e faz com que o clitóris até dobre de tamanho.

“Em algumas mulheres, não dá para ver o clitóris porque a conformação anatômica faz com que ele fique 'escondido' entre os pequenos lábios, mas, com a excitação, ele se torna visível”, explica a ginecologista.

Os lábios se abrem 

Com o aumento do influxo sanguíneo para região, os grandes lábios ficam mais inchados. Esse aumento de volume faz com que eles “se abram” discretamente.

Sensação de estreitamento da vagina 

Os músculos pélvicos ficam mais inchados por conta do aumento do aporte sanguíneo à região, o que causa a impressão de que a vagina ficou mais estreita. “Essa resposta acontece como uma forma de 'segurar' o pênis por mais tempo dentro da vagina e facilitar a ejaculação, o que ajudaria a reprodução”, explica a ginecologista.

Útero é empurrado para cima

Conforme há o estímulo sexual, o colo do útero se desloca para cima, deixando a vagina – que em repouso tem de 5 a 6 cm - de 2 a 3 cm mais longa. “Essa dinâmica pélvica tenta fazer com que o pênis chegue mais fundo e libere os espermatozoides mais próximo do útero”.

Essas mudanças anatômicas acontecem secundárias à ação de hormônios e neurotransmissores, que estimulam os centros de prazer no cérebro e provocam uma ação sobre a musculatura pélvica e os vasos sanguíneos. “É como a ereção masculina, as mulheres também mudam”, explica a ginecologista.

Coração dispara e respiração fica ofegante 

Não é só o esforço físico que aumenta as frequências cardíaca e respiratória, eleva a temperatura corporal e causa sudorese. A liberação maciça dos hormônios adrenalina e dopamina - causada pelo estímulo feito pela excitação ao Sistema Nervoso Autônomo Simpático - é a verdadeira responsável por esses sintomas, que intensificam a circulação sanguínea.

Esse mecanismo é o responsável também pela máxima que diz que quem transou fica com a pele mais bonita do dia seguinte. Isso acontece porque maior aporte sanguíneo chega também às células da pele, melhorando sua nutrição.

Seios incham, mamilos endurecem e aréolas ficam mais escuras 

As mamas também são órgãos sexuais e, por isso, são altamente sensíveis ao estímulo hormonal que acontece na hora do sexo. “Quando a mulher é manipulada na região do mamilo, a natureza faz com que as mamas aumentem a sensibilidade para que eles sejam ainda manipulados”, explica a ginecologista Flávia Fairbanks. “Para que isso aconteça, há um aumento da chegada de sangue à mama, o que faz com que ocorra um aumento de volume discreto das mamas, escurecimento discreto da aréola e intumescimento do mamilo”.

O orgasmo: contrações rítmicas em pontos específicos 

Quando a mulher finalmente chega ao orgasmo, ocorrem cerca de 15 contrações rápidas e rítmicas de diversos pontos da região íntima feminina, como vagina, clitóris, útero e esfíncteres do ânus e da uretra.

Cada mulher e cada orgasmo podem ter sensações diferentes, dependendo do local onde essa contração é mais intensa. “Algumas mulheres sentem contrações na parte de baixo da barriga, outras sentem que não vão conseguir controlar os gases, muitas na região do clitóris, varia muito”, explica a especialista.

Fase de relaxamento 

Depois do orgasmo, o organismo entra em um período de relaxamento em que está voltando ao normal. “Na psiquiatria, esse momento é chamado de perda de consciência transitória: é um momento em que você se desconecta do mundo”.

Fisiologicamente, considera-se que o Sistema Nervoso Simpático – responsável por aumentar o fluxo sanguíneo, a frequência cardíaca, etc. - trabalhou muito e o Sistema Nervoso Parassimpático entra, então, em ação para brecá-lo, causando essa sensação de “moleza” até que seja restaurado o equilíbrio entre esses dois sistemas.

Em resposta a essa reação, a ginecologista explica que algumas mulheres têm um sono profundo, outras apenas relaxam e há ainda aquelas que saíram do pico de excitação, mas ainda estão estimuladas e tentam novamente se estimular.

Orgasmo feminino

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