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Parece que está rolando muito sexo na Rio 2016: isso afeta o desempenho dos atletas?

Publicado 12 Ago 2016 – 08:45 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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O Comitê Olímpico Internacional distribuiu cerca de 350 mil camisinhas masculinas e 100 mil preservativos femininos aos atletas, treinadores e outros membros das delegações que vieram aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Levando em consideração essa expectativa, não é difícil concluir que, apesar do costume de abstinência sexual durante competições, comum nas décadas passadas, os atletas olímpicos transam, sim - e não é pouco. Mas será que o sexo atrapalha a performance esportiva e as chances de medalhas?

Como o sexo afeta o desempenho esportivo 

Na antiguidade, acreditava-se que a abstinência sexual era a melhor estratégia para melhorar a performance esportiva e a comunhão entre corpo e alma. Para romanos e gregos, a ideia era que apenas grandes sacrifícios poderiam sustentar o sucesso do atleta.

Essa provavelmente é a origem da recomendação, ainda feita hoje em dia por alguns treinadores, para que os atletas não façam sexo em épocas de competição, como as Olimpíadas.

Embora muitos sigam essa prática, ou melhor, ausência de prática, não existe comprovação científica de que ela seja benéfica.

Uma revisão sistemática – o tipo de estudo científico que costuma ser mais relevante, uma vez que analisa muito do que foi publicado antes sobre o tema – mostrou que o impacto do sexo sobre a performance esportiva ainda é nebuloso. Faltam estudos amplos e que avaliem diferentes esportes, etnias e gêneros – a maioria das pesquisa é feita em homens.

Ao fim da análise, os pesquisadores, liderados pela professora Laura Stefani, da Universidade de Florença (Itália), concluíram que a maioria dos estudos exclui uma relação direta entre sexo e performance atlética. Mesmo assim, alguns pontos devem ser considerados.

Relação entre frustração sexual e agressividade 

Entre os anos 80 e 90, havia a crença de que a frustração de não transar deixava os atletas agressivos, característica interessante em algumas modalidades.

Apenas um estudo comprova essa relação benéfica entre frustração sexual e performance esportiva. Outras pesquisas mostraram que transar não afeta negativamente a performance e há ainda artigos que mostraram que é importante que o atleta tenha uma vida sexual normal.

Aspectos associados ao sexo podem atrapalhar 

Uma unanimidade entre os treinadores é o prejuízo que alguns fatores que podem acompanhar o sexo podem causar sobre o desempenho do atleta. Dormir pouco, consumir bebidas alcoólicas, fumar e usar drogas são atos deletérios à condição física do esportiva e os treinadores sabem disso.

O ginasta holandês Yuri Van Gelder, por exemplo, foi mandado de volta para seu país pelo Comitê Olímpico da Holanda depois de comemorar a classificação para as finais das argolas com uma noitada regada a muita bebida.

Intervalo entre sexo e prova 

De acordo com o estudo, o aspecto mais importante para que a relação entre sexo e performance esportiva seja saudável é respeitar o intervalo entre a atividade sexual e a competição, que tem que ser de pelo menos duas horas, em função do esforço cardíaco realizado durante a relação sexual.

Impacto psicológico 

Também não existe consenso quando o assunto é o aspecto psicológico da abstinência sexual. Enquanto alguns autores acreditam que a abstinência pode despertar uma agressividade benéfica para o desempenho, muitos treinadores e atletas acham que, nesse sentido, o impacto das relações sexuais é mínimo. Há ainda casos em que o sexo pode ajudar o atleta a relaxar e reduzir a ansiedade.

Hormônios 

Outra crença antiga, mas que caiu por terra, era o fato de a ejaculação retirar boas quantidades de testosterona do corpo do homem, reduzindo a agressividade e a força muscular. Esse fenômeno, por sua vez, não foi confirmado pela ciência. 

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