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Crítica de "Friends From College": Listamos 5 erros e acertos da série. Vale a pena assistir?

Publicado 26 Jul 2017 – 07:00 AM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 08:56 AM EDT
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Seis amigos em Nova York – entre eles um mulherengo, uma artista excêntrica e um casal cheio de dramas. Você provavelmente já viu essa fórmula em algumas outras grandes produções, mas “Friends From College” é diferente.

A nova produção original da Netflix se propõe a conversar com um público mais adulto e, com humor mais “boca suja” e dramas intensos, parece mais real do que “Friends” e “How I Met Your Mother” (que seguem exatamente o mesmo gênero e é inevitável a comparação). Por outro lado, a série também perde pontos ao desperdiçar oportunidades.

Em “Friends From College”, um grupo de antigos amigos de faculdade se reencontra cerca de 20 anos depois, em Nova Iorque. Com seus 35 ou 40 anos, os membros de grupo lidam com questões particulares e com as tensões e “volta no tempo” da reunião do grupo.

Pontos positivos e negativos de "Friends From College"

Premissa desperdiçada

A sinopse e teasers divulgados antes da estreia passavam a ideia de que os dramas e questões mal resolvidas entre o grupo estariam em foco – em uma das primeiras cenas, por exemplo, uma das personagens se dispõe a gastar muito dinheiro só para impressionar os colegas; em outra, Ethan mente para parecer bem-sucedido.

Mas fora esses momentos, não é bem isso que a série oferece. Os personagens têm suas questões, mas o que conecta o grupo parece muito mais a nostalgia da juventude do que algum tipo de competição e, em algumas passagens, eles parecem estranhos uns aos outros – é como se faltasse a “cola” que une o grupo de “Friends”.

Elenco afiado

O grande atrativo de “Friends From College” é o elenco estrelado – e bem escolhido. Além de Cobie Smulders, de “How I Met Your Mother”, o comediante Keegan-Michael Key é quem ganha mais espaço na tela. Caricato e exagerado, o astro de “Key and Peele” pode desagradar quem não gosta do estilo pastelão, cheio de trejeitos e caretas à la Jim Carrey.

Fazem parte do elenco principal também Fred Savage (o eterno Kevin, de “Anos Incríveis”), Annie Parisse (“Law & Order”), Nat Faxon (“Married”) e Jae Suh Park (“Love, NY”), além de boas participações secundárias de Greg Germann (“Doce Novembro”), Billy Eichner (“Jogo de Amor em Las Vegas”) e Seth Rogen (“Superbad”).

Com boa química, o elenco consegue equilibrar bem o humor escrachado com o sutil – especialmente o casal formado por Cobie e Keegan-Michael, que tem mais destaque na série. Diferente de Robin, Cobie Smulders aparecem em uma personagem muito mais comedida e complexa dessa vez.

Bons dilemas

Diferente de outras séries do gênero, “Friends From College” não trata de adultos que se recusam a crescer, mas de pessoas que seguiram caminhos distintos e que, claro, têm problemas para voltar a conviver. O sentimento de juventude eterna, inclusive, é um dos pontos da série: os protagonistas sabem que precisam ser adultos e que o comportamento inconsequente que têm juntos pode causar problemas de verdade.

Entre os principais dilemas da série está a decisão de Lisa (Cobie Smulders) e Ethan (Keegan-Michael Key) de ter um bebê. Sem conseguir engravidar, o casal decide tentar a fertilização in vitro e, no processo, se veem na dúvida sobre o que realmente querem, o que pensam do casamento, o que sentem, etc.

Por ouro lado, o próprio Ethan vive um affair com Samantha (Annie Parisse), que é casada e amiga de Lisa. Os dois são ex-namorados da faculdade e mantêm um caso há anos e não conseguem romper. Assim, Samantha, principalmente, vive a dúvida de largar tudo para tentar ficar com Ethan ou, à beira dos 40 anos, manter a família e o casamento que já tem.

Personagens pouco explorados

Com apenas 8 episódios de cerca de 30 minutos cada, a maior parte dos personagens foi pouco explorada, o que provavelmente deve mudar na segunda temporada.

Nick (Nat Paxon), por exemplo, é um herdeiro rico, mas ficamos sabendo muito pouco sobre ele. Assim, o personagem acaba não passando de mais um mulherengo meio babaca, que troca de mulher (todas bonitas e muito jovens) o tempo inteiro. E só.

Marianne (Jae Suh Park) também se torna um grande “clichê” com pouco tempo dedicado a sua história. Trata-se de uma artista de teatro alternativo, que acha que tem muito talento e que é quase sempre desagradável e insensível com os amigos. E só.

Humor questionável

Apesar dos momentos de humor, “Friends From College” também perde pontos pela falta de sensibilidade ao lidar com certos temas. Toda a questão da fertilização de Lisa é tratada de forma escrachada, mesmo em momentos que deveriam ser de drama.

O médico que acompanha o casal é namorado de Max (Fred Savage), que faz parte do grupo,  e é o típico personagem que detesta todos os amigos do companheiro, mas a forma como trata Lisa incomoda e, muitas vezes, não tem a menor graça.

O caso extra-conjugal de Ethan e Samantha também é tratado de forma caricata e o drama que esperávamos dessa situação não aparece. Assim,  a nova série tenta se livrar completamente da ingenuidade e da infantilidade de “Friends” e “How I Met Your Mother”, mas no caminho acaba pesando para o outro lado.

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