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“BoJack Horseman”: humanos e animais são famosos decadentes em desenho da Netflix

Publicado 25 Jul 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 08:57 AM EDT
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Em um mundo no qual humanos e animais antropomórficos vivem lado a lado, BoJack Horseman – meio homem, meio cavalo – é uma estrela decadente da televisão, que tenta voltar a ser relevante publicando uma biografia. Para isso, ele tem ajuda da escritora Diane Nguyen, que é humana, enquanto precisa lidar com o “amigo” Sr. Peanutbutter, que é um labrador, e com ex-namorada e agente Princesa Carolyn, uma gata persa.

Com um humor provocativo - que lembra um pouco outros desenhos como “Futurama” ou “Family Guy” -, os animais do universo de “Bojack” se relacionam de igual para igual com seres humanos (sexualmente, inclusive), mas ainda têm características mais “instintivas”. Carolyn tem ratinhos como brinquedo, o Sr. Peanutbutter perde completamente o foco ao ouvir uma campainha e BoJack relincha.  

Essa dinâmica, claro, é um dos principais ganchos para as situações cômicas do seriado e deve fisgar o público novo. Mas a grande chave é que essas diferenças começam a ficar naturais com o decorrer da história: apesar de estranha, ela se torna um pano de fundo para a crítica e satirização do cotidiano que, na verdade, é uma caricatura do mundo real.

Crítica de BoJack Horseman

Roteiro

Quem acompanha produções como “Rick & Morty” vai se sentir familiarizado com o roteiro non-sense de “BoJack”. Cheio de viradas e situações feitas para não terem muito sentido mesmo, a bizarrice é constante nas tramas e personagens. O humano Todd, por exemplo, faz parte da história por ter dormido um dia no sofá de BoJack e nunca mais ter saído. Já a coruja Wanda vira diretora de TV ao acordar de um coma de 30 anos – e tem um diretor de cinema, que é uma lagosta e se chama Quentin Tarantulino.

Mundo das celebridades

Pouco (ou nenhum) talento e muito esforço para se manter sob os holofotes mesmo assim fazem parte da vida dos personagens de “BoJack Horseman” e é clara a referência ao que acontece em Hollywood – até mesmo no abuso de álcool, drogas e ao sexo sem compromisso.

Nesse sentido, o desenho também mostra a que níveis pessoas (que nesse universo também são animais) chegam para se promover – até mesmo velórios viram eventos de socialização e oportunidades para aparecer.

A decadência da fama e os efeitos disso na vida de ex-estrelas também aparecem no seriado, principalmente no que diz respeito ao vazio que toma conta da vida das pessoas, o pavor que têm do ostracismo e, claro, o que elas fazem para fugir do esquecimento.

Dica: o primeiro episódio da primeira temporada é um dos pontos fracos da série. À primeira vista, BoJack pode parecer um protagonista sem carisma e até detestável, mas a partir do segundo capítulo a história começa a se desenrolar e fica muito fácil abraçar a vida solitária e amarga do cavalo, de onde vêm a irresponsabilidade e o desprezo com que ele trata algumas situações e, principalmente, as críticas que a série se propõe a fazer sobre as relações sociais e sobre a própria mídia.

As três temporadas de "Bojack Horseman" estão disponíveis no catálogo da Netflix.

Desenho animado

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