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Como “Buffy” mudou o jeito de fazer séries: influenciou de X-Men a Gilmore Girls

Publicado 26 Abr 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 09:04 AM EDT
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Pode não parecer, mas a série “Buffy – A Caça-Vampiros” deixou um importante legado que reverbera na TV até hoje e ajudou a formular o entretenimento moderno. Exibida entre 1997 e 2003 - e, portanto, completando 20 anos da estreia -, o programa  lançou muitos conceitos que vemos hoje.

De “Angel”, obra derivada direto de “Buffy”, a “Vingadores”, passando por “Orange is the New Black” e até animações como “X-Men: Evolution”, muitos programas de TV foram diretamente influenciados pela série criada, dirigida, produzida e roteirizada por Joss Whedon.

Conceitos e séries influenciadas por “Buffy”

Mulheres no comando

Esqueça mocinhas indefesas, donzelas em perigo ou manic pixie dream girls. A série colocou uma mulher no centro de todos os acontecimentos e abriu caminho para que pudéssemos assistir Rey em “Star Wars: o Despertar da Força”, Katniss nos “Jogos Vorazes” e até mesmo a série da “Supergirl”.

Durante a sexta temporada, o seriado discutiu abertamente a questão da misoginia e previu o problema disso no mundo geek, nerd e escolar.

Linguagem adolescente

Como boa parte da história se passava nos corredores do colégio Sunnydale, os personagens precisavam falar como adolescentes reais da época. Em termos gramaticais, isso quer dizer que os diálogos transformavam substantivos em verbos, algo percebido em jovens dos Estados Unidos dos anos 90.

Claro que essa é uma característica que só faz sentido na língua inglesa, “mas a transição de substantivos em verbos é ainda mais predominante na cultura moderna do que era pré-Buff”, segundo analisou o ListVerse.

Nesse sentido de deixar um legado linguístico, e também aproveitando do ambiente escolar, várias outras séries aproveitaram o conceito e chegaram até a ir além. A animação “X-Men: Evolution” é um dos exemplos que explorou bastante isso. Aliás, o criado do desenho, Boyd Kirkland, se inspirou bastante na série, chegando a emular trechos da abertura.

Montanha-russa de emoções e diálogos engraçados

Ainda na questão da linguagem, outro ponto interessante que “Buffy” deixou para shows posteriores é a forma engraçada e cheia de piadinhas com referências. Se hoje “Big Bang Theory” e até “Gilmore Girls” utilizam muito bem essa característica, foi a caçadora de vampiros que introduziu diálogos com referências à cultura pop nas séries adolescentes.

Mas como nem tudo são flores, os roteiros misturavam tons, ora cômicos, ora dramáticos. Segundo a BBC America, a série reconheceu que o humor está presente nos nossos momentos mais sombrios. O artigo exemplifica “Orange is the New Black” como a série na qual a “montanha-russa da vida emocional está mais clara”.

Episódios interligados

Antes de “Buffy”, as séries de aventura ou adolescentes eram focadas no “monstro da semana”. Esse foi o termo que ficou famoso para séries que resolviam um único problema por episódio, geralmente exibido semanalmente. Bebendo da fonte de “Twin Peaks” e trazendo isso para o universo das séries jovens, Joss Whedon criou episódios autônomos que se resolviam sozinhos, mas com uma narrativa contínua e interligada que levava para o final da temporada.

Na prática, isso significava que cada episódio levava a um clímax no qual a principal ameaça era apenas citada, mas nunca revelada de fato - e tudo estava dentro do quebra-cabeça maior. Tanto que determinados conceitos das tais ameaças às vezes haviam sido inseridos duas temporadas antes da grande revelação.

Se isso não te pareceu novidade, é porque virou regra nas séries. Inclusive quando “Doctor Who” voltou, em 2005, o formato original da série foi modificado para ficar mais próximo de “Buffy”.  

Outras informações sobre a Caça-Vampiros

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