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Netflix-Zappeando

“Girlboss” mostra empoderamento feminino, mas tem protagonista antipática e forçada

Publicado 24 Abr 2017 – 02:15 PM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 09:05 AM EDT
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Nova série fashionista de comédia da Netflix, “ Girlboss” estreou no serviço de streaming no final de abril. O seriado conta com 13 episódios de 20 minutos e é uma adaptação das experiências de vida de Sophia Amoruso, fundadora da loja virtual Nasty Gal, relatadas em seu livro.

Assim que começamos a assistir aos curtos capítulos, uma mensagem aparece: “A seguir, uma releitura livre de eventos verdadeiros. Muito livre”. A partir de então, já podemos imaginar que se trata de uma versão bastante colorida, e talvez exagerada, da história da empreendedora no ramo da moda.

Para contextualizar o cenário, Sophia Amoruso é a criadora da Nasty Gal, um comércio de roupas que surgiu como uma conta no e-Bay, se transformou em uma loja online e chegou a ter espaços físicos em vários pontos de Los Angeles – tudo isso em apenas sete anos. Mesmo com a ascensão meteórica, a Nasty Gal entrou em falência no final de 2016 - o que não significou o fim da marca, apenas uma série de reestruturações.

O livro “Girlboss” foi lançado em 2014 por Sophia e se tornou um best-seller na época em que ela estava no auge de sua carreira.

Crítica de "Girlboss"

Protagonista difícil

Na série, Britt Robertson (“Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível”) dá vida a Sophia Marlowe, uma jovem cheia de estilo, atitude e que se autodenomina especialista em moda. No começo dos anos 2000, ela descobre o mercado das compras online e começa a fazer muito dinheiro vendendo roupas no e-Bay. Mas apesar de tudo, Sophia é uma protagonista extremamente incorreta, egoísta, grossa e mimada.

Com história de Kay Cannon (roteirista de “A Escolha Perfeita”), a trama de “Girlboss” tenta apresentar Sophia como uma anti-heroína legal, mas em alguns momentos é difícil torcer pela personagem. A jovem tenta passar por cima de todos a qualquer custo para atingir seus objetivos e ser bem sucedida – incluindo amigos e família – e não mostra muitos momentos de vulnerabilidade para que tenha uma maior proximidade com o público.

Ambientada em algum momento entre 2005 e 2007, o foco da história é totalmente na protagonista, mostrando como Sophia fez para chegar ao sucesso. Vemos a personagem como a “jovem doidinha e muito estilosa” que as pessoas odeiam amar ou amam odiar, tudo depende do ponto de vista.

Personagens secundários chamam atenção

O núcleo de personagens que estão ao redor de Sophia chama atenção pela diferença que têm com a protagonista. Annie (Ellie Reed) é a melhor amiga e braço direito de Sophia, Dax (Alphonso McAuley), um bartender e estudante de administração importante para ajudar no plano de criação da Nasty Gal, e Shane (Johnny Simmons), namorado da jovem.

E nomes já conhecidos e surpreendentes também fazem parte da produção. RuPaul (do reality show “RuPaul's Drag Race”) interpreta o vizinho e amigo de Sophia, um funcionário da segurança do aeroporto de São Francisco que atua como uma espécie de psicólogo para a jovem. Já Dean Norris (de “Breaking Bad”) é o pai da protagonista, que sempre aparece para lembrar que ela não pode ser uma adolescente para sempre.

Referências aos anos 2000

Uma das melhores tiradas de “Girlboss” são as muitas referências à cultura pop dos anos 2000. Em um dos episódios da série, revivemos o momento em que foi ao ar o último episódio da 3ª temporada de “The O.C.” – que surpreende o público, e os personagens, com a morte de Marissa Cooper. Além disso, Annie sempre faz menções aos surtos mentais de Britney Spears da época e ao término da cantora com Justin Timberlake em 2002.   

A febre do MySpace também foi retratada na história, relembrando o famoso “Top 8”. Outro ponto bastante criativo dos produtores foi tratar das discussões nos fóruns de internet. A maneira escolhida para tratar o assunto foi colocar todos os usuários que estavam debatendo determinado tema frente a frente, mostrando como a internet aproxima as pessoas.

Figurino

Que Sophia era uma jovem bastante estilosa, todos já sabem! Mas, apesar de ambientada nos anos 2000, as referências para o figurino da empreendedora vieram diretamente dos anos 1980. Um dos pontos mais altos da série, e que a torna ainda mais fashionista, são as lindas peças de roupas usadas pela protagonista.

Empoderamento feminino

Assim como o nome sugere, já era de se esperar que empoderamento feminino fosse um dos temas principais de “Girlboss”. Sophia toma controle de sua própria vida em busca do sucesso, apesar de todas as desconfianças alheias e afirmações de que tudo vai dar errado.

Além disso, são muitas as mulheres envolvidas no processo de criação do seriado: Charlize Theron faz parte do time de produtoras-executivas, ao lado de Sophia Amoruso, Laverne McKinnon e Beth Kono.

Por volta dos últimos episódios da temporada, Sophia mostra intenções de não ser mais a pessoa egoísta e mesquinha retratada nos primeiros capítulos da história. Pensando em seu futuro e no sucesso da Nasty Gal, a jovem acaba se tornando uma personagem interessante de ser explorada em uma possível 2ª temporada. 

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