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Muito açúcar pode mexer com o cérebro e causar depressão e ansiedade, diz estudo

Publicado 31 Jul 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Que o açúcar faz mal para o funcionamento do corpo, a gente já sabe. Mas, cada vez mais surgem estudos que alertam para os efeitos nocivos do alimento no cérebro. O mais recente deles sugere que os efeitos do alimento podem causar sérios transtornos de ordem psiquiátrica. 

Efeitos do açúcar no corpo: estudo

Pesquisadores da Universidade College London, na Inglaterra, sugerem que homens que comem muito açúcar têm 23% mais chances de desenvolver depressão e ansiedade em cinco anos do que os que comem a dose diária abaixo da sugerida pela OMS. 

Os pesquisadores da Universidade College London acompanharam homens e mulheres por 22 anos (entre 1983 e 2013) e avaliaram como uma dieta rica doces pode alterar o humor de uma pessoa, além da saúde física.

A pesquisa foi publicada na revista Scientic Reports e também destacou um fato importante: homens e mulheres que têm transtornos mentais não são mais propensos a consumir mais açúcar, o que fortaleceu a constatação de que, por outro lado, a saúde mental é prejudicada por uma alta ingestão de alimentos açucarados.

O que o açúcar causa no cérebro

Os resultados apresentaram potenciais riscos de transtornos mentais por conta da ingestão de açúcar em homens, principalmente. Não houveram resultados expressivos entre as mulheres.

Homens que comem mais de 67 gramas por dia de açúcar têm 23% maior chance de ter depressão ou ansiedade após cinco anos, em comparação com aqueles que ingerem menos de 39,5 gramas (uma latinha de refrigerante).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) limita o consumo diário a 50 gramas, sendo recomendado não passar dos 25 gramas.

A análise levou em conta uma dieta baseada na ingestão de alimentos e bebidas doces, como bolos, biscoitos, açúcar adicionado ao café ou chá e refrigerantes. Outros estudos já haviam associado esse hábito alimentar à perda de memória.

Evidências da ação prejudicial do doce

Os pesquisadores reuniram cinco evidências biológicas que associam o açúcar aos riscos de transtornos mentais: 

  • Alterações nos níveis do chamado fator neurotrófico derivado do cérebro (promove o crescimento do sistema nervoso), que resultariam na atrofia do hipocampo (associada à depressão);
  • Consumo excessivo de carboidratos associado a quadros inflamatórios (também ligados à depressão);
  • Indução à hipoglicemia, que influencia os níveis de hormônio e o humor da pessoa;
  • Efeitos de dependência do açúcar que sugere mecanismos no neurotransmissor do comportamento de recompensa (a dopamina) ligados à depressão;
  • Obesidade como um fator de ligação da dieta de açúcares e a depressão, por conta de discriminação e do impacto psicossocial. 

Equilíbrio de sentimentos

O estudo ainda prova que o hábito de comer doce para gerar “felicidade instantânea” pode ter impacto inverso, a longo prazo.

“Alimentos doces tem sido vistos como indutores de sentimentos positivos em curto prazo. Pessoas que têm humor negativo possivelmente comem açúcar na esperança de aliviar a sensação. Mas, nosso estudo sugere que a ingestão alta de guloseimas tem exatamente o efeito oposto na saúde mental”, conclui a responsável pela pesquisa, Anika Knüppel.

Açúcar e reflexos no corpo

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