null: nullpx
câncer de pele-Tasaudavel

Mãe descobre câncer 1 ano após confundir com “mancha hormonal”: 2 sinais indicaram

Publicado 20 Jul 2017 – 04:46 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 03:47 PM EDT
Compartilhar

O diagnóstico de uma doença grave nunca é fácil, mas pode ser ainda mais difícil quando seus sinais são confundidos com outros problemas. A norte-americana Bethany Greenway passou por uma situação assim antes de ser diagnosticada com um tipo avançado de melanoma, que é o tumor de pele mais perigoso. Tudo porque sua mancha de câncer foi interpretada como uma marca causada pela gestação, o que atrasou o tratamento. 

Melanoma x mancha da gravidez: caso Bethany

Em 2014, Bethany estava grávida do segundo filho quando notou uma marca escura na pele da lateral de sua testa. "Eu acreditava que era uma mancha hepática causada pela gravidez", contou a norte-americana de 39 anos ao VIX.

O problema referido por Bethany é uma alteração benigna dos melanócitos, células da pele repletas do pigmento melanina, que não causa risco algum e pode ter relação com hormônios da gestação. Pouco tempo depois, sua dermatologista chegou a questioná-la sobre a alteração. "Eu disse o que pensei que era e a médica respondeu 'ok'", lembra.

Escurecimento e dor na marca

Um ano depois, surgiu uma pinta ainda mais escura no centro da mancha e logo começou a doer. Greenway voltou à especialista, que a encaminhou para um cirurgião plástico para uma biópsia. 

Três semanas depois, veio o diagnóstico: melanoma desmoplásico estágio 3a na pinta e em toda a mancha. De acordo com a oncologista Denise Leite, do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, essa fase do tumor indica que as células malignas acometeram não só a pele, mas também o gânglio linfático que drena a região. "É uma doença localmente avançada", explica.

Segundo Bethany, cuja mãe também teve melanoma na mesma faixa etária, o acometimento do linfonodo fez com as células malignas migrassem de sua testa para atrás da orelha e do pescoço.

Tratamento: efeitos colaterais permanentes

Bethany teve de se submeter a duas cirurgias para remover o melanoma e colocar um enxerto de sua coxa no local. Como o linfonodo estava acometido, o procedimento retirou uma boa porção de pele e músculos.

Ela fez imunoterapia - tratamento com medicamentos que estimulam as células de defesa do paciente a reconhecer o tumor como maligno e combatê-lo - e radioterapia.

Em consequência da imunoterapia, ela teve efeitos colaterais como erupção cutânea, síndrome do intestino irritável leve e fadiga grave. Já os efeitos colaterais da radiação incluíram perda de cabelo, dano em uma glândula de saliva (o que prejudicou seu paladar permanentemente) e queimaduras na pele, garganta e boca. "Durante o tratamento, comer foi muito difícil, o que fez com que eu perdesse 18 quilos", conta.

Recuperação e cura

Atualmente, Bethany tem 39 anos, não possui mais melanoma e está se recuperando das complicações da radioterapia. Ela aguarda a permissão de seu oncologista para uma cirurgia plástica a fim de amenizar a aparência de sua cicatriz. "Minha esperança é ter uma sobrancelha nova para o meu aniversário de 40 anos", conta.

Atualmente, a mulher mantém um diário de fotos no Facebook, em que compartilha as etapas de seu tratamento e recuperação.

Quando questionada sobre qual conselho daria para pessoas sem câncer de pele, ela respondeu: "Ame sua pele do jeito que é e esteja atento a quaisquer mudanças. Se algo parecer suspeito, consulte o dermatologista rapidamente".

Confusão entre melanoma e mancha da gravidez: é comum?

Segundo a oncologista Denise Leite, essa confusão não é normal. "Não é comum. O caso dela pode ter sido uma exceção em que a lesão começa de forma tão discreta que seu potencial maligno passa despercebido pelos olhos do médico", ressalta.

Uma dica preciosa para detectar esse tumor e, consequentemente, tratá-lo rapidamente é observar a presença de  sintomas de câncer de pele em quaisquer marcas do corpo, além de consultar um dermatologista anualmente.

Como diferenciar?

A melhor forma de diferenciar cânceres de pele de outros tipos de manchas é por meio da regra do ABCD, que consiste na análise de quatro características da marca:

Assimetria

Manchas de cânceres de pele apresentam ao menos uma das extremidades assimétricas. Ou seja, se você dividir a mancha imaginariamente em duas linhas, como uma cruz, ela deve ter todas as quatro partes iguais.

Borda

As bordas de manchas benignas são contínuas e regulares. Caso sejam distorcidas ou chanfradas, busque um dermatologista para investigar a possibilidade de tumor.

Coloração

A coloração do câncer não é a mesma em toda a mancha, mas sim varia assumindo diversos tons, como preto, marrom e até mesmo azul ou vermelho.

As cores também podem se alterar com o tempo.

Diâmetro

Pintas com mais de 5 mm e que crescem merecem investigação apurada pois podem se tratar de câncer.

Câncer de pele: previna-se

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse