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"método contraceptivo"-Tasaudavel

Como colocar DIU pelo SUS, como fará Penélope Nova + detalhes sobre o dispositivo

Publicado 29 Jun 2017 – 03:15 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A apresentadora Penélope Nova é mais uma adepta do dispositivo intrauterino (DIU) e, em suas redes sociais, ela disse que vai fazer o procedimento todo sem custo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

"Estive na unidade mais próxima da minha casa, com cópia do RG e do comprovante de residência em mãos. Não peguei fila nenhuma e marquei minha consulta com o ginecologista pro dia 25/7 - 1 mês e meio de espera, o que tá longe de ser o ideal, mas, como não é nada urgente, tá valendo", escreveu no post de seu Instagram

Entenda, a seguir, como e quem pode fazer o mesmo e colocar o DIU pelo SUS. 

Implantação do DIU pelo SUS

O DIU é um implante que fica instalado no útero da mulher, tem longa duração, e impede, através do cobre ou de hormônio, o encontro dos espermatozoides com o óvulo, matando-os antes disso. 

Atualmente existem dois tipos:

  • De cobre (metal não tóxico): é livre de hormônios, não causa infertilidade e não é abortivo. 
  • Mirena: possui apenas o hormônio progesterona — estrogênio, presente nas pílulas, que está relacionado ao problema vascular. Também não causa infertilidade e não é abortivo. 

O dispositivo caiu em desuso nas décadas de 1980 e 1990, voltou a ser popular e hoje é o método anticoncepcional reversível mais usado no mundo, de acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Cerca de 170 milhões de mulheres optaram por ele. 

No Brasil, o número de mulheres que usam o dispositivo ainda é baixo. Dos últimos dois anos para cá, o Ministério da Saúde vem tentando mudar esse cenário. Nesse período, foram distribuídos 700 mil DIUs de cobre para todos os estados do país.

As diretrizes para 2017 do órgão preveem também outras medidas para consolidar e popularizar o uso do dispositivo. Uma delas envolve a preparação da equipe de saúde para recomendá-lo e colocá-lo: "Os hospitais terão 180 dias [a partir de março de 2017] para se adaptar a nova regra: organizar a oferta e treinar os profissionais. Além disso, será disponibilizado um Guia prático do Uso do DIU para profissionais de saúde e para as usuárias do SUS."

Como colocar o DIU pelo SUS?

O Sistema Único de Saude (SUS) disponibiliza para as mulheres apenas a opção livre de hormônios, o DIU TCu 380 (de cobre).

O primeiro passo é marcar uma consulta com um ginecologista em qualquer posto público de saúde.

Na consulta você deve informar ao médico que deseja colocar o DIU. Depois disso, ele vai solicitar exames preventivos, para se certificar que não há infecções graves no útero e que podem contraindicar o DIU. No papanicolau, por exemplo, é possível detectar possíveis doenças. 

Se os exames estiverem de acordo, haverá um encaminhamento padrão do SUS, para uma reunião educativa de planejamento reprodutivo. O objetivo é esclarecer dúvidas e informar prós e contras dos métodos oferecidos gratuitamente. A inserção pelo SUS necessita de receita médica. 

"Mulheres jovens e adolescentes, mulheres que não tiveram filhos ou lactantes podem utilizar o DIU de cobre", aponta o informativo oficial do órgão. 

Quem pode usar o DIU?

Adolescentes e até mulheres na menopausa podem colocar o dispositivo intrauterino de longa duração.

Atualmente já se sabe que nulípara, mulher que nunca engravidou, mesmo adolescente, pode ser candidata ao uso do DIU. Além disso, lactantes também podem usar o DIU de cobre (sem hormônio), pois não interfere na quantidade e/ou qualidade do leite. 

Quem não pode usar o DIU?

Mulheres que tenham sangramento vaginal sem diagnóstico, infecções sexualmente transmissíveis, doença inflamatória pélvica (DIP), malformações uterinas e estreitamento do canal do colo uterino, miomas que distorçam a cavidade uterina, câncer do colo de útero e do endométrio.

Qual o tempo de duração do DIU de cobre?

Uma das vantagens do DIU é a longa duração, o em formato T dura até 10 anos, ou 5 anos quando o implante tem formato de ferradura.

O DIU é seguro contra gravidez?

Sim, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a eficácia do DIU é de 99,3% ·. 

Porém, como qualquer outro método contraceptivo, mesmo quando o DIU é indicado e bem colocado, pode apresentar falhas, porém são raras.

Dados da Prefeitura de São Paulo apontam para 5 a 8 mulheres em cada 1000 engravidam usando o diu no primeiro ano. Este número diminui ao longo do tempo. 

O DIU de cobre tem efeitos colaterais? 

Pode aumentar o fluxo menstrual e causar mais cólicas nos primeiros meses de adaptação, por ser um corpo estranho no organismo. Dessa forma, os efeitos colaterais podem mudar de acordo com o organismo de cada mulher. Há relatos de fluxo mais intenso e cólicas mais fortes nos primeiros três meses após a inserção.

Porém, especialistas afirmam que é um sintoma de caráter transitório, na maioria das mulheres, e cessa ou fica menos intenso com o passar dos meses. 

O DIU pode sair do lugar?

Pode sair do lugar ou ser expulso, mesmo sendo raro. Se um dos dois casos acontecer, não há mais eficácia. Por isso a importância de realizar exames de imagem periódicos, de acordo com solicitação médica, para verificar a posição do implante — principalmente no primeiro ano, em que o corpo ainda está se adaptando. 

Doenças sexualmente transmissíveis

O DIU é um ótimo método contraceptivo, porém, não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis e hepatites virais. Isso significa que é altamente recomendado o uso de preservativo feminino ou masculino em todas as relações sexuais (oral, anal ou vaginal). 

Métodos contraceptivos 

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