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Câncer que matou repórter de 30 anos tem caroço no corpo como principal sintoma

Publicado 8 Jun 2017 – 06:01 PM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:21 AM EDT
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Publicada em 08/06/2017

O repórter do SportTV Rodrigo Albornoz, de 30 anos, morreu nesta quarta-feira (7) em decorrência de um tipo raro de câncer chamado sarcoma. O jornalista, que lutava contra a doença desde janeiro de 2015, estava internado há quase um mês na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

O que Rodrigo Albornoz teve?

Em entrevista ao jornal Zero Hora, Diego Albornoz disse que um dos primeiros sintomas que seu irmão teve foi o aparecimento de um caroço na coxa direita. No mês seguinte, o repórter retirou o tumor, mas metástases se espalharam para o pulmão direito do jornalista.

Nos últimos dois anos, ele passou por diversos tratamentos e sessões de quimioterapia. Contudo, em dezembro de 2016, os edemas tiveram um crescimento assintomático e um dos pulmões precisou ser retirado quatro meses depois.

Apesar de a cirurgia ter sido bem-sucedida, em maio Rodrigo descobriu inchaços menores no pulmão esquerdo, teve um edema pulmonar e outras complicações que fizeram com que ele fosse internado. No hospital, uma infecção pulmonar agravou ainda mais seu quadro e ele não resistiu.

Sarcoma: o que é?

De acordo com o oncologista do Instituto de Hematologia e Oncologia de Curitiba Elge Werneck Junior, o sarcoma é um tumor bastante raro que acomete, principalmente, adultos e costumam ser agressivo.

“Trata-se de um tumor maligno que deriva do tecido de sustentação do corpo (tecido conjuntivo/ tecido mesenquimal). Exemplos clássicos são os ossos, músculos e cartilagens, mas os tecidos de sustentação estão presentes no corpo inteiro, inclusive no interior de órgãos”, explica o oncologista. Portanto, o tumor pode surgir em qualquer parte do corpo.

Sintomas

O primeiro sintoma da doença é o aparecimento de um caroço na pele. Segundo Werneck, o surgimento deste tumor acontece, 80% das vezes, nos membros inferiores, superiores ou no tronco. Em aproximadamente 50% dos casos, o tumor surge na coxa, como aconteceu com Rodrigo, ou nos glúteos.

“Muitas vezes o caroço não provoca dor, mas vai crescendo com o passar das semanas. Por isso, é importante procurar um médico assim que identificar qualquer caroço no corpo”, afirma Werneck.

Quando a doença já está mais avançada, a pessoa também pode sentir dor, falta de ar, um mal-estar geral e até apresentar perda de peso.

Diagnóstico

Para confirmar se o caroço é mesmo um sarcoma, é preciso fazer uma biópsia. O importante é procurar um médico assim que perceber a anormalidade no corpo. Caso ele desconfie que possa ser um sarcoma, ele irá encaminhar o paciente a um oncologista. 

Tratamento

Werneck explica que o tratamento varia de acordo com o estadiamento (extensão do câncer). Se ele está localizado em apenas uma região, o indicado é a cirurgia para a retirada do tumor.

Se uma tomografia indicar que já aconteceu uma metástase, a pessoa precisa passar por um tratamento quimioterápico. Radioterapia e outras terapias-alvo também podem ser indicadas pelo médico de acordo com cada caso.

Sarcoma no pulmão

De acordo com o oncologista do IHOC, devido ao alto potencial de disseminação da doença pelo sangue, existem grandes chances de metástase.

Quando isto ocorre, o órgão mais afetado é o pulmão. Portanto, a complicação que Rodrigo Albornoz teve não é incomum.

Tem cura?

Quando a doença é descoberta no início e ainda está localizada, a possibilidade de cura é alta. Depois que ela se espalha (metástase), são poucas as chances de recuperação.

“É uma doença agressiva e de evolução agressiva que não tem uma excelente resposta ao tratamento quimioterápico”, comenta Werneck ao explicar que é raro a pessoa responder ao tratamento quando a doença já está em estágio avançado.

Cânceres agressivos

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