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Teste de HIV de farmácia que dá resultado em 20 minutos chega em breve ao mercado

Publicado 30 Mai 2017 – 04:07 PM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:29 AM EDT
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Em breve estará disponível no mercado um teste instantâneo e autorrealizável para detectar o vírus HIV. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) registrou o produto Action, da empresa brasileira Orange Life, como o primeiro autoteste de triagem para a detecção do HIV com permissão para ser vendido em farmácias e drogarias de todo país. A previsão é que seja vendido ao custo de R$ 50.

Teste de HIV pode ser feito em casa

O Action irá funcionar de forma similar ao teste caseiro de gravidez, mas, ao invés de urina, é necessária a coleta de gotas de sangue - semelhante à forma como se mede glicose para diabéticos. O resultado leva entre 15 e 20 minutos para aparecer e se mostra em forma de linhas, que indicam se há ou não o vírus HIV no organismo. A efetividade do exame é de 99,9%, ou seja, garante um grau de confiança alto para seu resultado.

Só é possível identificar o vírus a partir de 30 dias após o contágio, seja ele resultante de relações sexuais, compartilhamento de seringas, ou qualquer outro tipo de contato. O organismo precisa de pelo menos três semanas para produzi anticorpos em níveis que o autoteste seja capaz de identificar. Recomenda-se, inclusive, que, em caso de exposição de risco, o teste seja refeito ao se completar 120 dias de exposição.

A Anvisa, contudo, reconhece o exame como um teste de triagem. Isso significa que, em caso de resultado positivo, recomenda-se realizar um exame convencional e o acompanhamento médico adequado. 

HIV no Brasil

No mundo inteiro, são 35 milhões de pessoas infectadas com o vírus HIV. No Brasil, estima-se que sejam 850 mil pessoas. O que mais assusta, contudo, é o crescimento deste índice: cerca de 4% a cada ano.

O anúncio do Action mobilizou reações entre especialistas no acompanhamento de portadores do vírus no país. A agência especializada no tema, Agência Aids, ouviu diversos militantes e experts sobre o vírus. A reação geral foi de que o autoteste é um avanço no sentido de facilitar o acesso a um diagnóstico tão importante e de garantir privacidade ao indivíduo. Apontam, contudo, o problema de que, em caso de resultado positivo, o sujeito não terá nenhum tipo de apoio psicológico e isso pode gerar reações emocionais irreversíveis.

“Eu fico preocupado com as pessoas que descobrem a sorologia sozinhas. Há a vantagem de não precisar ficar exposto durante a espera de fazer o teste e o resultado. Mas, após o resultado positivo, será que a pessoa estará preparada para saber as informações corretas do que se deve ser feito? Ninguém nunca está preparado para tal notícia", argumenta Daniel Fernandes, ativista e youtuber no canal Prosa Positiva.

"Esse método irá atrair um grande número de pessoas. Algo tremendamente importante, se considerarmos que mais da metade dos infectados no mundo não está ciente de que carrega o vírus HIV. E isso é comprovado nas pesquisas da vigilância e epidemiologia", opina Jadilson Neto, presidente da Liga Acadêmica de DST/Aids do Maranhão.

O vírus HIV

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