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Síndrome de Reye: causada por remédios comuns, ela atinge crianças e pode matar

Publicado 23 Fev 2017 – 02:00 AM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Quando se trata da saúde das crianças, todo cuidado é pouco, afinal, parece que eles são mais sensíveis e estão expostos a um número muito maior de doenças que nós, adultos. A síndrome de reye é um desses acometimentos que acontecem do nada e deixam muitos pais em desespero.

Trata-se de uma reação à combinação de infeção e certas substâncias presentes em medicamentos que pode deixar sequelas e até causar morte. A seguir, contamos um pouco sobre esse quadro que é raro, mas merece atenção. 

O que é síndrome de Reye

Caracterizada pelo acúmulo de gordura no abdômen e pela inflamação cerebral, essa síndrome atinge majoritariamente crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, apesar de também afetar adultos em menor escala.

A condição é posterior a um quadro de infecção viral - como resfriado, gripe ou catapora - e está relacionada ao uso de certas substâncias contidas em medicamentos antitérmicos, que são geralmente usados para amenizar a febre que costuma acompanhar a infecção. 

Causas

Apesar de não serem conhecidas as reais causas do problema, sabe-se que ele está ligado ao uso de remédios com ácido acetilsalicílico (AAS) - como Aspirina, Nimesulida e Doril - e outros anti-inflamatórios não esteroides em conjunto com alguma doença viral. 

"Outros medicamentos, como alguns usados para o tratamento da infecção pelo HIV e outros quimioterápicos, também já foram associados à síndrome de Reye", acrescenta o pediatra Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). 

A doença ainda oferece risco de morte, principalmente para crianças menores de 5 anos. "As taxas de letalidade vão de 20% a 30% e geralmente há maior chance de morte também em pacientes com quadros abruptos ou cujos exames de sangueindicam dosagens de amônia muito elevadas", finaliza o doutor.

Sintomas da síndrome de Reye

  • Vômitos intensos
  • Confusão mental
  • Irritação e agitação
  • Convulsões
  • Coma 

Diagnóstico: como é feito?

O reconhecimento da síndrome de Reye ocorre a partir da constatação dos sintomas e a realização de exames que medem as enzimas e substâncias do fígado, coagulação e níveis de amônia.

Tem cura?

A doença pode ser revertida, principalmente nos casos em que o diagnóstico ocorre logo nos sintomas iniciais. Todavia, de 5 a 10% dos pacientes podem ficar com sequelas neurológicas, como atraso cognitivo.

Como tratar?

O tratamento da síndrome de Reye não compreende nenhuma medicação específica. Os cuidados com o doente baseiam-se no suporte às funções vitais do organismo, como respiração e funcionamento do coração, além da diminuição dos sintomas.

Também podem ser administrados alguns compostos para evitar hemorragias e tentar amenizar a alteração cerebral. Em alguns casos, pode ser necessário realizar um transplante de fígado.

Prevenção da doença de Reye

Como a  síndrome de Reye e o AAS estão diretamente relacionados, a  maneira mais certeira de evitar a condição é ter cautela ao consumir ou dar remédios que contenham a substância para crianças, assim como outros que possam estar relacionados ao problema. Uma boa dica é ficar de olho nos compostos descritos na bula do medicamento.

Alguns estudos também sugerem que determinados vírus, como o da influenza, podem propiciar a doença. Isso ressalta a importância de seguir o calendário de vacinação e aplicar, principalmente, a vacina contra a gripe como forma de se prevenção.

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