"Erro gravíssimo" fez Drauzio Varella contrair febre amarela: como evitá-lo?
O crescente surto de febre amarela tem colocado moradores de todos os estados brasileiros em alerta, principalmente os da região Sudeste, com destaque para Minas Gerais e Espírito Santo. Na região da Grande São Paulo já foram confirmadas trrês mortes pela doença, e a vacinação, que é a principal forma de prevenção da febre amarela, vem sendo intensificada.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o médico oncologista Drauzio Varella falou sobre sua experiência com a febre amarela e contou que cometeu um erro gravíssimo que o fez contrair a doença. O resultado foi uma forma complicada de febre amarela que o deixou internado por três semanas.
Drauzio Varella teve febre amarela
Erro causou o contágio
Em 2004, o médico foi, como é de seu costume, em viagem para a região do Rio Negro, no Amazonas. Para quem vai para essa área, é recomendado que seja feita a vacinação contra febre amarela.
No entanto, o médico deixou de tomar a vacina de reforço contra a doença antes de sua partida: “Foi um erro gravíssimo que eu cometi, tudo causado porque eu não tomei a dose reforço da vacina”, contou Drauzio em entrevista ao programa Fantástico. “Justamente eu, que sou tão envolvido com medicina, com esclarecimentos e com orientações à população, fiz essa besteira”.
Primeiros sintomas
Na primeira noite em casa depois de seu retorno, Drauzio conta que acordou no meio da noite com muito frio - um “frio insuportável”, como disse. Em seguida, vieram a febre e um cansaço que o deixaram de cama. A internação aconteceu em seguida, e o diagnóstico de febre amarela demorou ainda alguns dias para ser feito.
Normalmente os sintomas duram cerca de 3 dias. “A partir daí você tem um grupo grande de pessoas que começa a melhorar e fica boa, como no caso da dengue, igualzinho”, explicou Drauzio. “E você tem outro grupo que tem as complicações da febre amarela.” Foi o caso do médico.
Complicação
Entre as possíveis complicações estão a hepatite, uma inflamação no fígado que é a responsável por deixar pele, olhos e mucosas amarelados (sintoma que dá nome à doença) e a alteração de funcionamento dos rins e coração, que terá uma miocardite – uma inflamação no músculo do coração.
Mas, segundo Drauzio, o que predomina na maioria dos casos, inclusive no seu próprio, é a dor muscular: “Você vai ficando tão debilitado, tão debilitado, que perde a capacidade de reagir - e foi assim durante 3 semanas, até que eu recebi alta e minha mulher me levou para casa”.
Jeito certo de tomar a vacina contra febre amarela
Nem toda região do Brasil tem recomendação de tomar vacina contra febre amarela. O Ministério da Saúde disponibiliza um mapa das regiões com a indicação em seu site.
A recomendação inclui os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além destas áreas, após o crescente surto, o SUS também está oferecendo vacinas à população do Espírito Santo.
Se você está ou vai viajar para uma dessas áreas, obedeça o seguinte esquema de tomada da vacina:
Crianças
A pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explicou ao Vix o esquema vacinal da febre amarela. Como rotina, a primeira dose deve ser dada aos 9 meses e a segunda, aos 4 anos. Mas em áreas de risco alto, esse esquema vacinal pode ser adiantado em até três meses. Para as crianças que não tomaram a vacina nessas idades – seja porque não moram em regiões de indicação e vão viajar para uma ou por algum relapso –, a recomendação é tomar duas doses com intervalo de um mês entre elas.
Adolescentes e adultos
Antigamente, eram recomendadas doses de reforço a cada 10 anos para os adultos. Atualmente, o Ministério da Saúde adotou o esquema único de duas doses únicas com intervalo de 10 anos.
Casos especiais
Idosos com 60 anos, grávidas, mulheres que estão amamentando, bebês com menos de 6 meses e pessoas com problemas de imunidade, via de regra, não devem ser vacinadas, exceto situações avaliadas por médico em que os benefícios de receber a imunização sejam maiores que os riscos.
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