Dores fortíssimas, menstruação irregular e o risco de não poder ter filhos: essas são algumas das características da endometriose capazes de virar a vida da mulher de cabeça para baixo. No entanto, a doença pode ter diferentes desdobramentos e significar coisas diferentes. O primeiro deles diz respeito à característica inicial da endometriose: ela é superficial ou profunda?
Tipos de endometriose
O ginecologista Marco Aurelio Pinho de Oliveira, chefe do ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e autor do livro “Endometriose Profunda – O que você precisa saber”, explica que existem dois tipos principais de endometriose.
Endometriose superficial
Esse tipo é o mais comum e afeta todo o peritônio da pelve, uma membrana que recobre os órgãos dentro da barriga. A endometriose superficial pode atingir a superfície dos ovários, das tubas, da bexiga e do próprio útero, entre outros locais. Ela penetra menos que cinco milímetros em relação à superfície. Uma simples cauterização pode eliminá-la.
Endometriose profunda
Ela ocorre quando o foco aprofunda ou invade o tecido por mais de 0,5 cm. Ocorre principalmente nos ligamentos útero-sacros (ficam atrás do útero) e em seguida no intestino (reto e sigmóide). Não é raro o acometimento do apêndice, da bexiga, dos ligamentos redondos, dos ureteres e dos paramétrios.

Profunda ou superficial: como elas mudam a vida da mulher
O ginecologista Marco Aurelio explica que ambos os tipos de endometriose podem causar dor e infertilidade, mas a probabilidade de que isso aconteça é ainda maior nos quadros de endometriose profunda.
Para combater a dor, em ambas as formas, podem ser usados hormônios na tentativa de bloquear a menstruação. Se o tratamento medicamentoso não for bem-sucedido, é indicada a cirurgia laparoscópica para a remoção dos focos.
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