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Falso-positivo na mamografia: o que acontecerá se você receber esse resultado

Publicado 27 Out 2016 – 12:04 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Quando se fala dos prós e contras da mamografia, o resultado falso-positivo é um dos primeiros malefícios que vêm à cabeça. Mas o significado desse termo, um tanto técnico, muitas mulheres ainda desconhecem. Suas implicações na saúde feminina, portanto, também permanecem nebulosas.

O que é o resultado falso-positivo na mamografia? 

O oncologista Gilberto Amorim, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, explica que o resultado falso-positivo pode acontecer com qualquer exame, seja de imagem, sangue, clínico, bioquímico ou de qualquer outra natureza.

No caso da mamografia, ou do ultrassom, ele acontece quando são detectadas imagens específicas na mama, interpretadas como sendo possivelmente um câncer de mama, mas que posteriormente mostram não ser um tumor.

O que acontece com a mulher após o resultado falso-positivo 

Laudo da mamografia 

Os laudos dos exames costumam trazer a nomenclatura BI-RAD, classificação que vai de 1 a 5 para mulheres até então sem câncer e indica para o médico o que foi encontrado, sendo que 1 significa que nada foi encontrado e 5 mostra que há uma lesão muito suspeita de câncer.

Biópsia da mama 

Segundo o mastologista José Luís Esteves, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, quando o exame traz os BI-RADs 4 ou 5, a mulher precisa se submeter uma biópsia, procedimento em que é retirado um fragmento da área em que foi detectada a alteração. O tecido é, então, encaminhado para o exame histopatológico, exame padrão ouro para dizer se a lesão é ou não um câncer.

Quando a biópsia não confirma a suspeita de câncer de mama levantada na mamografia, se diz que o resultado da mamografia foi falso-positivo. De acordo com o oncologista, entre os exames com BI-RAD 4, 30% dos tumores são confirmados na biópsia e 70% não são cânceres.

Efeitos psicológicos 

Além da biópsia ser um procedimento invasivo e doloroso, a possibilidade de se ter um câncer de mama provoca efeitos psicológicos. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA), o falso-positivo afeta o retorno ao médico para fazer mamografia, deixa as mulheres mais ansiosas e estressadas e faz com que elas façam autoexame da mama com mais frequência.

Por que ele acontece tanto e como evitá-lo? 

De acordo com uma análise realizada por pesquisadoras da Universidade de Harvard, mulheres que dos 40 aos 50 anos passam por uma mamografia por ano (ou seja, 10 no período) têm um risco acumulado de 61% de ter um falso-positivo na mamografia.

O que alguns artigos científicos dizem, como a revisão de estudos feita pela Universidade de Harvard, é que a incidência de resultado falso-positivo é maior em mulheres mais jovens (com menos de 50 anos) e em situações em que o intervalo de tempo em cada mamografia é de apenas um ano.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a realização de mamografias bianualmente a partir dos 50 anos. Mas associações de saúde, como a Sociedade Brasileira de Mastologia, defendem o início da realização mais cedo, aos 40 anos. A justificativa, neste caso, seria o aumento da sobrevida das mulheres mais jovens, uma vez que, de acordo com a instituição, há taxas altas de incidência de câncer (de 20% a 30%) entre as brasileiras com menos de 50 anos. 

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