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Sífilis congênita: casos seguem crescendo em ritmo alarmante; governo nega epidemia

Publicado 21 Out 2016 – 06:02 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Na última quinta-feira (20), o Ministério da Saúde lançou uma ação nacional de combate à sífilis, doença cujo número de casos cresce de maneira acelerada no Brasil desde 2008. O Ministério da Saúde nega que haja uma epidemia, mas diz que tratará a doença com o rigor que se trata uma epidemia.

O foco da ação será a redução dos casos de sífilis congênita, variedade da doença que é passada da mãe para o bebê durante a gestação. Entenda, a seguir, a gravidade da doença e como se proteger dela.

Sífilis congênita: o que é? 

A infectologista Bianca Grassi de Miranda, do Hospital Samaritano (São Paulo), explicou ao Vix que a sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida de duas maneiras: pela relação sexual ou através da placenta, da mãe para o bebê.

Nos casos de sífilis congênita, a mãe é portadora do Treponema pallidum, que atravessa a placenta e contamina o feto.

A infecção do feto pode acontecer em qualquer estágio da gravidez mas, apesar de a frequência se tornar maior com o correr da gestação, a doença tende a ser mais grave se a infecção ocorrer nos primeiros meses da gravidez.

Consequências para o bebê 

A infectologista explicou também que até 80% dos recém-nascidos de mães com sífilis não tratadas durante a gestação podem apresentar problemas, que incluem óbito fetal e uma série de más-formações, que podem variar desde problemas na placenta, restrição de crescimento intrauterino, até más-formações cardíacas, do sistema nervoso central, ósseo, entre outros.

Números alarmantes da doença 

De acordo com dados do Ministério da Saúde:

  • O número de casos de sífilis durante a gestação passou de 7.920 no ano de 2008 para 33.365 em 2015;
  • O número de bebês com sífilis passou de 5.754 em 2008 para 19.228 em 2015. O aumento entre os anos de 2014 e 2015 foi de 19%;
  • Os números de sífilis adquirida através da relação sexual aumentaram 32% entre 2014 e 2015.

Como evitar a sífilis congênita

O acompanhamento pré-natal logo no primeiro semestre de gestação permite a detecção precoce de casos de sífilis. Com isso, o andamento ao tratamento, feito com o antibiótico penicilina, pode ser dado quanto antes e as chances de contaminação fetal são reduzidas.

Pensando nisso, nesta nova ação, o foco do Ministério da Saúde e outras 19 associações e conselhos de saúde é detectar a sífilis no início do pré-natal e iniciar imediatamente o tratamento com penicilina, que é o principal medicamento para tratamento da doença.

As ações, que foram iniciadas no Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro (último dia 15), e serão finalizadas na mesma data do próximo ano, incluem:

  • Conscientização para realização de pré-natal precoce, ainda no primeiro trimestre de gestação;
  • Ampliação do diagnóstico através do teste rápido para sífilis, cuja distribuição no SUS foi aumentada em 2015;
  • Tratamento para a gestante e o parceiro;
  • Administração de penicilina benzatina;
  • Educação permanente para qualificação de gestores e profissionais de saúde.

Sífilis transmitida sexualmente

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