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Isaquias Queiroz não tem um rim: por que ele perdeu o órgão e como isso o afeta?

Publicado 22 Ago 2016 – 09:00 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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O canoísta baiano Isaquias Queiroz, que ganhou 3 medalhas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, perdeu um dos rins aos 10 anos de idade. A retirada do órgão teve de ser feita depois que ele subiu em uma árvore, se desequilibrou e caiu em cima de uma pedra.

O episódio rendeu a ele o apelido de “sem rim”, pelo qual ele tem até certo carinho. Em entrevista ao jornal carioca O Globo, ele disse que prefere ser chamado assim que de “Bolt da canoa”, em referência ao corredor jamaicano. Mas ter um rim só é coisa séria, e nós fomos descobrir como isso pode afetar nosso medalhista.

Por que Isaquias não tem rim? 

Um trauma grave, como a queda de uma árvore de Isaquias, um acidente de carro, um tiro ou uma facada na região renal, por exemplo, podem causar danos importantes ao rim, sendo a única saída a retirada do órgão.

“A remoção muito provavelmente não ocorrerá por que o órgão perdeu sua função, mas porque foi gerado um hematoma, uma hemorragia ou até mesmo uma infecção que coloca em risco a vida do paciente”, explica o nefrologista Marcos Vieira, presidente da Fundação Pró-Rim.

Antes de retirar um rim cirurgicamente, a equipe de saúde deve avaliar se o outro rim está funcionando perfeitamente e dá conta de filtrar todo o sangue do corpo. Caso contrário, o paciente precisará de procedimentos como a hemodiálise para limpar o sangue.

Causas de rim único

O normal é nascer com dois rins, cada um de um lado do corpo na altura da coluna lombar. Mas algumas pessoas já nascem com um só, porque o outro não se desenvolveu. Esses casos são chamados de agenesia renal.

Em outras situações, algumas doenças podem indicar a necessidade de retirar cirurgicamente o órgão, como a presença de pedras de dimensões muito grandes, infecções renais graves, doença policística renal e tumores renais. Doações de órgãos também implicam na retirada de um rim, sem que haja maiores prejuízos ao doador.

Como afeta o corpo? 

Ter um rim só, desde que ele esteja funcionando bem, não muda muito a vida da pessoa. O rim que fica compensa o rim retirado, ele, inclusive, aumenta um pouco de tamanho para conseguir filtrar todo o sangue do corpo.

“O doador terá tantas chances de desenvolver uma doença renal quanto qualquer outra pessoa, mas a gente sabe que, com o envelhecimento, a função renal vai sendo progressivamente perdida por todos nós”, explica o médico. “É por isso que quem tem um único rim deve ter mais cuidado com os fatores que agridem o rim”.

Na lista de agressões renais estão a pressão alta, o diabetes, a obesidade e o tabagismo. De modo geral, manter uma alimentação balanceada, praticar exercícios e evitar hábitos nocivos é suficiente.

Desempenho nos exercícios: afeta o atleta?

Atletas, em geral, têm estilo de vida muito diferentes de pessoas comuns, a começar pela alimentação e pelos treinos intensos. É por isso que são necessários cuidados ainda maiores em casos de rim único.

Acompanhamento médico

É preciso manter um acompanhamento periódico com um nefrologista, avaliando sempre a função renal e a pressão arterial, um dos principais fatores que podem sobrecarregar os rins.

Hidratação e alimentação

É também importante sempre cuidar da hidratação antes, durante e depois das provas, para não exeigir demais dos rins. Quanto à alimentação, o importante é mantê-la equilibrada, evitando consumo excessivo de sal e proteínas, que podem prejudicar o rim principalmente se já houverem sinais de perda de função.

Uso de remédios

Medicações anabolizantes, que sobrecarregam fígado e rins, obviamente estão proibidas. Remédios anti-inflamatórios, comuns entre atletas após treinos pesados, devem ser consumidos com parcimônia para não prejudicar os rins.

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