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Cientista entra em campo pouco estudado para tentar “aliviar” doença da mãe e é premiada

Publicado 19 Ago 2016 – 07:15 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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Gabriela Trevisan é pós-doutora em Ciências Biológicas pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, fez especialização em Farmacologia da Inflamação e da Dor e, agora, estuda os sintomas dolorosos da esclerose múltipla.

A decisão de entrar em uma área da ciência até então pouco estudada aconteceu por causa de sua mãe, Claudia Trevisan, que tem 55 anos e sofre da doença incurável, que tem como principais sintomas fadiga e dor crônica.

Estudo sobre esclerose múltipla

De acordo com o site da revista Exame, um dos objetivos do estudo de Gabriela é identificar se a proteína encontrada no sistema nervoso TRPA1 pode ser ativada por radicais livres. Em caso positivo, a proteína irá causar dor de cabeça e nas extremidades.

Os testes serão feitos em camundongos que não sentem dores por causa de uma designação genética. Se os animais ativarem a proteína TRPA1, será possível concluir que ela está relacionada a sintomas da esclerose.

“Sabendo disso, poderemos desenvolver analgésicos que bloqueariam a ação da TRPA1 e melhorariam a recuperação dos pacientes”, afirmou a pesquisadora.

O intuito de Gabriela é encontrar um medicamento substituto para a morfina porque, apesar de eficaz, ela causa dependência. De acordo com a pesquisadora, dipirona e propifenazona são fármacos que já foram identificados como antagonistas da TRPA1 e que poderão ser usados no combate aos sintomas da esclerose, caso realmente exista relação entre a doença e a proteína.

Projeto premiado

O projeto de pesquisa de Gabriela foi um dos sete escolhidos para receber o prêmio “Para Mulheres na Ciência” e, por isso, ela receberá R$ 50 mil de bolsa-auxílio para dar continuidade aos seus estudos. A premiação é uma iniciativa conjunta da Unesco, da Academia Brasileira de Ciência e da L’Oréal.

Apesar do apoio, Gabriela afirma que há falta de incentivo para que cientistas realizem seus estudos no Brasil e sugere que empresas privadas também ajudem financeiramente, como acontece fora do Brasil.

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