Rodrigo Hilbert não quer ser chamado por apelido que ganhou na web por bom motivo

Rodrigo Hilbert é bastante conhecido pelas tarefas que desempenha. Ele cozinha, cuida da casa, filhos, da sua saudade física e mental com atividades físicas como ioga e ainda tem alguns hobbies diferentes daqueles escolhidos comumente por homens, como o crochê.

A valorização dessas características fez com que ele fosse designado por alguns influenciadores digitais como um “homão da porra”. O assunto virou meme e se popularizou nas redes sociais no último mês a ponto de o apresentador ser convidado para falar sobre isso em um programa de televisão.

Tudo começou após a publicação de um texto leve e satírico direcionado ao público masculino dizendo que com tantas qualidades, Rodrigo é considerado um “homão da porra”. Por isso, deveria ser parado. A explicação é que o título dado a ele elevaria o padrão de expectativa e exigências das mulheres, prejudicando assim, outros homens. O texto era divertido e leve, em tom de brincadeira, mas gerou debate.

Depois da viralização do conteúdo, alguns artigos surgiram apontando problemas em endeusar Rodrigo pelas atividades desempenhadas. Como defenderam jornalistas e ativistas, essas atividades são todas executadas por mulheres há muito tempo sem que elas recebam nenhum título ou reconhecimento – muito pelo contrário, são sempre sobrecarregadas sob a justificativa ultrapassada de que esse é o “papel da mulher”.

A sugestão de uma parcela dessas manifestações era que, ao invés de reclamar da “elevação do patamar masculino” e pedir para ele “parar”, os homens deveriam reconhecer que as mulheres realizam essas atividades há muito tempo, merecem reconhecimento e precisam, sim, que elas sejam divididas - e que, então, se espelhassem em Hilbert sem endeusá-lo.

Foi depois da popularização da brincadeira que o apresentador falou sobre o tema. Ele foi um dos convidados do programa “Saia Justa”, do canal GNT, da última quarta-feira (12) e negou o título. Isto porque, assim como muitas mulheres explicaram anteriormente, reconhece que não faz mais do que sua obrigação como pai, marido e ser-humano.

“Receber elogios pelo fato de cuidar do teu filho, cuidar da sua casa, pelo fato de dividir as tarefas com a sua esposa... Eu não aceito esse rótulo de 'homão da porra' pelo simples fato de fazer isso. O 'homão da porra' a gente pode chamar de 'homem moderno', tá?”, comentou.

O apresentador ainda explicou que essa sua conscientização existe porque ele foi criado em uma família com mulheres muito fortes que desde cedo ensinaram que as tarefas domésticas deviam ser todas divididas igualmente entre os moradores de uma casa.

“Temos muito mais 'mulherões da porra' do que 'homens da porra'. Minha mãe, por exemplo, minhas tias, por exemplo, bordavam, cozinhavam, limpavam a casa, cuidavam dos filhos, trabalhavam fora, traziam dinheiro pra dentro casa e nunca foram chamadas de 'mulherão da porra'. Eu acho que Elas, sim, são 'mulherões da porra'. Eu tenho uma 'mulher da porra' em casa, que trabalha pra caramba. Então se eu não estiver em casa ajudando, se ela não estiver em casa ajudando, se a gente não fizer essa divisão de tarefas, a gente não consegue educar nossos filhos de uma forma correta”, reconheceu Hilbert.

Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima

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