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Você já trocou de roupa por medo de ser assediada? 27% das mulheres dizem que sim

Publicado 30 Mar 2017 – 04:35 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Você já pensou em trocar de roupa antes de sair de casa para evitar ser notada por homens na rua? Se nunca aconteceu com você, com alguma conhecida certamente já. Isto porque o assédio sexual é TÃO naturalizado e TÃO comum que muitas vezes, em vez de rechaçar o agressor e sua atitude, acabamos trocando de roupa ou evitando determinadas situações para fugir ou amenizar os constrangimentos – em vão, é claro.

O levantamento “Retratos da Sociedade Brasileira”, de 2016, sobre segurança pública, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria, mostrou que esta é uma realidade para muitas brasileiras. Das entrevistadas, 27% disseram que mudaram a forma de se vestir no últimos 12 meses para reduzir o risco de assédio e abuso sexual.

Os dados vão de encontro à infeliz ideia de que o vestuário facilita algum tipo de agressão – o que, claramente, é uma grande falácia, já que os números comprovam: a roupa e a conduta da mulher pouco importam em uma agressão, já que a maioria dos crimes acontecem dentro de casa e são praticados por conhecidos. Logo, a motivação é o desvio de conduta do agressor e não a roupa da vítima.

Além dos dados, há ainda infinitos relatos de mulheres que estavam vestidas do pés a cabeça e ainda assim foram assediadas, agredidas e estupradas. 

Campanhas como a “Chega de Fiu-Fiu” e a “Vamos Juntas?” tentam constantemente conscientizar homens e mulheres sobre a naturalização do assédio e a gravidade dele. Mas, além da mudança do imaginário, a denúncia também é um forte caminho para que este tipo de problema seja superado.

Embora ainda seja difícil punir alguém por assédio, o registro do boletim de ocorrência e a abertura do processo são essenciais para que o poder público aprimore seus serviços de recepção, denúncia e julgamento dos casos.

Violência contra a mulher

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