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1 mulher foi agredida a cada 4 minutos no Carnaval: 360 casos POR DIA só no RJ

Publicado 2 Mar 2017 – 11:13 AM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Carnaval é tempo de festa e diversão para muitas pessoas. A época, no entanto, evidencia e intensifica problemas vividos cotidianamente pelas mulheres. É comum presenciar (e viver) em blocos de rua e em festas, cenas de assédio sexual, ameaças e agressões físicas contra a mulher.

Violência no Carnaval

A Polícia Militar do Rio de Janeiro, neste ano de 2017, conseguiu dimensionar parte dos casos mais graves. Isto porque eles rastrearam, desde o primeiro dia de Carnaval, quantas ocorrências foram de violência contra a mulher. O resultado é assustador: foi 1 caso a cada 4 minutos. Foram 15 mulheres agredidas por hora, 360 por dia, apenas no Rio de Janeiro.

Os dados foram coletados das 8h do dia 24 de fevereiro (sexta-feira) até às 8h do dia 01 de março (quarta-feira). Das 15.943 ocorrências, 2.154 foram de violência contra a mulher.

Os números não contam outros tipos de crime como roubo ou furto e só englobam casos de assédio sexual, estupro e agressão física, por exemplo – ações que são configuradas como crimes ou violência contra as mulheres.

Os números são assustadores e fazem parte de uma realidade cruel – e que evidencia o machismo o tempo todo. Tanto é que até mulheres que estavam fazendo um trabalho de conscientização sobre os abusos nessa época do ano foram agredidas.

De acordo com informações da Agência Brasil, contratadas pela Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (Caarj) para a campanha “Carnaval sem Preconceito”, elas buscavam incentivar o respeito e o combate ao assédio sexual, ao racismo e à violência contra mulheres e homossexuais em vários blocos. Elas foram xingadas, hostilizadas e ameaçadas desde os eventos pré-carnaval. O absurdo foi tamanho que a partir do dia 25, elas tiveram que ser substituídas por homens.

Os números e casos oficialmente registrados já deveriam ser suficiente para revoltar toda a população e estimular medidas de prevenção do poder público. Mas, a infelizmente realidade é muito pior. Isto porque esses números são obtidos através das ocorrências registradas na Polícia Militar. De todos os casos que efetivamente acontecem, a minoria chega ao conhecimento das autoridades. Estimuladas pelo medo, pelas ameaças, pela descredibilização e culpabilização comum nesses espaços policiais e jurídicos e pela burocracia, a maioria das mulheres desiste da denúncia.

Ou seja, o número real de agressões é muito maior. E elas acontecem em todo o País.

Violência contra a mulher

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