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Qual a polêmica e ações já tomadas sobre o preconceito em marchinhas de Carnaval?

Publicado 23 Fev 2017 – 02:48 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Há alguns anos, quando a internet possibilitou a amplificação de debates sociais, muitos grupos passaram a questionar de forma mais ampla e acessível as marchinhas de carnaval com letras machistas, homofóbicas, racistas.

O debate em torno do tema, desde o ano passado, vem resultando em medidas efetivas. Um bloco de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e alguns do Rio de Janeiro e de São Paulo, especialmente aqueles mais críticos e até militantes, retiraram dos seus repertórios as canções mais polêmicas que fazem sátiras com minorias.

Entre elas estão algumas bem conhecidas, como:

  • O Teu Cabelo Não Nega, que evidencia o racismo quando mostra o eu lírico permitindo envolver-se com uma mulher negra apenas porque a sua cor “não pega”.
  • Cabeleira do Zezé, letra que insinua que o comprimento do cabelo de um homem define a sua orientação sexual.
  • Maria Sapatão, com letra que confunde orientação sexual (sentir atração por homens ou mulheres) com identidade de gênero (se identificar como mulher ou homem independente da genitália). Se uma mulher sente atração por outras mulheres e, portanto, é lésbica, isso não a torna João. Ela continua sendo Maria.
  • Maria Escandalosa, cuja letra objetifica a mulher e reforça o estereótipo de burra, porém “gostosa”.

Para os defensores da suspensão ou da adaptação das letras, a medida, embora não apresente nenhum resultado prático e imediato, contribui, a longo prazo, para a supressão da cultura brasileira, que é preconceituosa.

Ouvir com frequência essas canções torna esse tipo de violência naturalizada. E o que isso significa? Quer dizer que, quando acontece na realidade, não causa tanto espanto. Mas, ao deixar de ouvir, as situações se tornam menos naturais e a realidade, então, passa a chocar mais, estímulo para ações concretas e efetivas.

Já os contrários dizem que as letras foram escritas em outro contexto e época e, por isso, não são problemáticas.

Machismo no Carnaval

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