Prestar ajuda do jeito que for e a quem for: movimento pede união feminina no Carnaval
Em 2016, uma pesquisa mostrou que 86% das mulheres brasileiras sofrem com o assédio masculino nas ruas. Esse número tende a aumentar ainda mais em períodos de festas e eventos como o Carnaval, quando muitos homens acreditam que "vale tudo" e ainda colocam a culpa nas mulheres por estarem bêbadas ou com roupas muito curtas - o que em nenhuma hipótese justifica o assédio.
Por isso, ainda é necessário que sejam feitas campanhas com o objetivo de combater esse tipo de comportamento. Pensando no Carnaval 2017, o coletivo AzMina lançou um movimento chamado #UmaMinaAjudaAOutra, que visa também incentivar as mulheres a protegerem umas às outras.
Campanha contra o assédio
A ideia é combater o assédio, mas tendo como base um dos lemas do feminismo: a sororidade, palavra que representa a união entre mulheres em várias dimensões da vida e reflete de maneira exata a expressão "não somos concorrentes, somos irmãs".
No site AzMina, o coletivo explica melhor a campanha, relata algumas histórias inspiradoras de mulheres que ajudaram alguém ou foram ajudadas em outros carnavais. "Nosso foco são as minas. Mesmo que o assédio continue acontecendo, não precisamos encará-lo sozinhas".
O uso da hashtag #UmaMinaAjudaAOutra é, também, uma forma de alavancar a divulgação do movimento nas redes sociais e de localizar com mais facilidade os relatos de casos de assédio e os de mulheres que se ajudaram.
"É sobre se meter numa briga para defender outra mulher. É sobre não concordar e lutar contra qualquer tipo de assédio, abuso ou tentativas. É sobre oferecer companhia. É sobre socorrer uma mina passando mal no meio da rua. É sobre prestar ajuda, do jeito que for e pra quem for, principalmente quando se trata de outras mulheres", explica o site.
Em 2016, a campanha feita pelo mesmo coletivo foi a #CarnavalSemAssédio, que focava na educação dos homens a respeito do tema, já que, no Brasil, o machismo ainda é muito enraizado na sociedade, o que faz com que haja uma tendência em ver o comportamento masculino como algo natural, além de levar à culpabilização da vítima, o que sempre é um erro.
Mais informações sobre assédio:
- Como denunciar assédio sexual e se defender legalmente
- Abuso ou estupro na infância: é possível denunciar depois de adulto?
- Mulheres sofrem abuso principalmente de seus conhecidos, diz IBGE