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Carta devastadora expõe crueldade com mulheres sírias: mortes de crianças e estupros

Publicado 15 Dez 2016 – 08:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A divulgação de uma carta escrita por uma enfermeira síria, dizendo que ia se matar, chamou a atenção para uma questão complexa e triste. A invasão das forças do regime de Bashar al-Assad na cidade de Aleppo, na Síria, tem tirado a vida de muitos inocentes e condenado mulheres.

De acordo com informações do jornal britânico Metro, uma enfermeira que não foi identificada divulgou a carta explicando que preferiu acabar com a própria vida do que cair nas mãos de “animais do exército sírio”, se referindo a possibilidade de ser dominada e estuprada pelos soldados.

Na carta, há um desabafo triste e comovente. Confira na íntegra:

“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve serão violadas. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que as minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente. Estou me suicidando porque o Dia da Ressurreição aconteceu em Aleppo e eu não acho que o inferno seja pior do que isso. Eu vou me matar e sei que todos vocês se unirão ao entrar no inferno e isso será a única coisa em que vocês se unirão: o suicídio de uma mulher. Não sua mãe ou irmã ou esposa... mas uma mulher com a qual você não se preocupa”.

Em Aleppo, milhares de sobreviventes estão presos na cidade devastada pela guerra. Na região, falta comida, água e remédios. Enquanto isso, as forças armadas sírias seguem adentrando o território da cidade e fazendo vítimas.

No último ataque, mais de 80 pessoas foram mortas, entre elas estavam mulheres e crianças.

De acordo com o site do jornal O Globo, publicações na internet ainda mostram que homens estão pedindo autorização a líderes religiosos para matar suas filhas, esposas e irmãs antes que elas sejam capturadas pelo exército, estupradas e mortas dentro de casa, na frente deles.

Segundo o jornal britânico, a Cruz Vermelha, movimento internacional humanitário, está fazendo constantes alertas sobre a necessidade de salvar vidas dessas mulheres e do restante da população que ainda vive na área rebelde da cidade.

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