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Há 96 brasileiros na mira da Interpol (entre eles, Maluf e Eike estão em “lista secreta”)

Publicado 22 Jun 2017 – 04:12 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 05:15 PM EDT
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Com sede em Lyon, na França, (foto abaixo) a Interpol, cujo nome oficial é Organização Internacional de Polícia Criminal, é a polícia internacional.

No Brasil, há um escritório da Interpol. E é de lá que são enviadas as informações de determinado criminoso fugitivo para todos os escritórios da polícia internacional (são mais de 180 países filiados).

Atualmente, 94 brasileiros estão na chamada lista de difusão vermelha (red notice), a lista pública da Interpol. (O número aumenta para 155 pessoas quando se filtra pelos que são procurados pelas autoridades do Brasil independentemente de suas nacionalidades).

Os dados dessas pessoas são públicos: a foto, o nome, a idade, o tipo de crime cometido, entre outras informações, ficam expostos no cadastro oficial da Interpol – e quem tiver souber o paradeiro pode denunciar à organização.

Isso significa que o procurado passa a ser um fugitivo internacional e, quando for encontrado, pode ser preso e extraditado por qualquer força policial do país em que esteja.

A organização não pode, entretanto, se sobrepor as leis de cada país. No Brasil, quem cuida para que o sistema legal seja respeitado é a Polícia Federal. 

Mas, não há só uma lista da Interpol: também existe uma lista fechada, só acessada por membros da organização. O político brasileiro Paulo Maluf faz parte desse cadastro desde 2009, por responder a um processo na Justiça de Nova York, nos Estados Unidos. E o empresário Eike Batista chegou a ser incluído a pedido da Polícia Federal, em janeiro de 2017.

Brasileiros procurados pela Interpol

Perfil dos criminosos

Dos 94 brasileiros procurados pela Interpol, 80 são homens e 14 são mulheres que praticaram vários tipos de crime.

Há, por exemplo, o perfil de uma mulher que está sendo procurada por ter mandado matar a então namorada de seu ex-companheiro, e permanece foragida desde 2007, e de um traficante de drogas que mantinha ligações com o Comando Vermelho (organização criminosa do Rio de Janeiro) e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Também estão sendo procurados, entre outros criminosos, uma dona de boate que foi apontada como responsável por rede de tráfico internacional de mulheres, e não é localizada desde 2001, e um homem condenado por lavagem de dinheiro em um esquema chamado de “propinoduto”, no Rio de Janeiro, descoberto em 2002.

Todos os perfis estão disponíveis no cadastro da organização, no site oficial.

Lista fechada da Interpol

Na lista fechada da Interpol, nenhum dado do procurado é exposto no site da organização.

Não há informações oficiais sobre quais são os critérios que classificam uma pessoa para a lista aberta ou fechada.

Paulo Maluf na lista da Interpol

Fato é que, depois de ser incluído como um dos brasileiros mais procurados pela polícia internacional, em 2009, o deputado federal Paulo Maluf entrou na lista secreta da Interpol em abril de 2016.

Na ocasião, uma fonte da Polícia Federal afirmou ao jornal Folha de São Paulo que “gravidade do crime praticado e interesse público” podem ser motivos para que o nome de Maluf tenha sido retirado da lista pública.

A Interpol, vale lembrar, também atua na localização de envolvidos em crimes internacionais como terrorismo, cybercrime e contrabando.

O deputado federal chegou a comemorar o fato de não estar na lista da Interpol, o que foi negado por um representante do Ministério Público de São Paulo ao jornal.

“Não é verdade que Maluf saiu da lista da Interpol. O processo e a ordem de prisão contra ele não foram revogados”, disse o promotor Silvio Marques.

Assim, Paulo Maluf não pode sequer sair do Brasil sem correr o risco de ser preso e mandado para os Estados Unidos. Ele tem uma ordem de prisão preventiva pela Justiça de Nova York, em um processo sobre a movimentação de dinheiro desviado em contas na cidade.

Eike Batista na lista da Interpol

Antes de ser preso, em janeiro de 2017, o empresário brasileiro Eike Batista também virou alvo da Interpol, por conta da Operação Eficiência, da Polícia Federal. A inclusão na listagem secreta teria acontecido a pedido das autoridades brasileiras, já que Eike tinha viajado para Nova York.

De acordo com o site G1, a Polícia Federal explicou, na época, que o nome do empresário estava na lista privada porque somente foragidos considerados de “alta periculosidade” são expostos na lista pública.

O ex-bilionário foi preso ao retornar voluntariamente para o Brasil, no desembarque do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

Ele é acusado de pagar 16,5 milhões de dólares de propina ao ex-governador carioca Sérgio Cabral em troca de vantagens para suas empresas. Eike responde por corrupção e lavagem de dinheiro.

*Matéria publicada em junho de 2017

Criminosos conhecidos no Brasil e no mundo

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