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Três atentados em menos de 3 meses: por que Inglaterra tem sido alvo dos terroristas?

Publicado 5 Jun 2017 – 05:15 PM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:24 AM EDT
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A visibilidade pelo período eleitoral e um esperado endurecimento na política de imigração, se a vitória do Partido Conservador se consolidar, podem ser parte de uma rede de motivos que fizeram o Reino Unido ser alvo de três atentados terroristas em menos de três meses.

A autoria das ações terroristas foi reivindicada pelo Estado Islâmico (EI), que ora afirma que agiu de maneira sistemática, ora divulga que os agressores são “soldados” independentes, mas que têm vínculo com a organização.

Atentados na Inglaterra: relembre casos 

O atentado terrorista mais recente trouxe momentos de pavor aos pedestres que passavam pela London Bridge, um dos principais cartões postais de Londres. No sábado (3), uma van branca invadiu a calçada e atropelou pessoas que circulavam pela ponte. O atentado também fez vítimas no Borough Market, quando três homens atacaram os visitantes com facas. No total, sete pessoas morreram.

Em 22 de maio, a explosão de uma bomba acionada em um ataque suicida matou 22 pessoas e deixou 59 feridos na saída do show da cantora pop Ariana Grande, em Manchester. O episódio comoveu a população do Reino Unido e o mundo inteiro.

No dia 22 de março, o alvo da ação terrorista foi o Parlamento britânico. Um homem invadiu a área de pedestres, próximo a Westminster, em Londres, atropelou pelo menos 12 pessoas e deixou 4 mortos, entre eles, o agressor e um policial.

Ataques à Inglaterra: motivos

Em entrevista ao VIX, o professor de Relações Internacionais da FAAP Marcus Vinicius de Freitas, disse que vários fatores posicionam o Reino Unido no centro das ações terroristas do Estado Islâmico, relacionados, principalmente, à visibilidade dos ataques.  

Repercussão

“O Reino Unido está em um momento eleitoral. Também é uma época de aumento do fluxo de turistas”, avalia, destacando que violências desse tipo orquestradas em locais como países europeus ou nos Estados Unidos, por exemplo, têm muito mais repercussão na mídia.

“Se fosse um ataque no Afeganistão, como tem acontecido com frequência, não teria tanta cobertura jornalística”, pondera.

“E é isso que os terroristas querem. Isso estimula um cidadão que têm afinidades com o terrorismo a querer fazer parte das ações”.

Imigração

Marcus Vinicius destaca que, com a proximidade das eleições britânicas, há um medo dos imigrantes em relação a possíveis dificuldades que o Reino Unido pode estabelecer em suas fronteiras.

 “Sem contar que o Reino Unido tem uma aproximação natural com os Estados Unidos e, frente a ele, o EI está perdendo a guerra”.

Isso pode influenciar negativamente no posicionamento britânico em uma questão geopolítica.

Consequências para o Reino Unido

O fato de os britânicos terem se tornado alvo das ações terroristas, além de ser uma tragédia por si só, ainda compromete o futuro do Reino Unido em outros aspectos.

“Embora a vida das pessoas possa voltar ao normal, sempre haverá uma preocupação da população, andarão olhando para os lados, o que pode levar até à discriminação”, comenta.

“Já para o Reino Unido, isso pode impactar, por exemplo, no turismo. Ele acaba de sair da União Europeia e vai passar por um momento de dificuldades econômicas. Nesse caso, esse tipo de ataque pode ser um agravante”.

Resposta ao terrorismo

Marcus Vinicius sinaliza que, em resposta aos ataques terroristas recentes e orquestrados, os países europeus têm buscado cooperação entre si para compartilhar dados de inteligência.

“O problema é que combater terrorismo é complicado. Os Estados até consegue mapear e monitorar os polos, mas as células terroristas se multiplicam. É como a guerra contra pontos de venda de droga”.

*Matéria publicada em 5 de junho de 2016.

Atentados terroristas no mundo

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