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Recusa de visto americano para brasileiros triplica; o que fazer para aumentar chances?

Publicado 15 Mai 2017 – 11:14 AM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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Tirar o visto para os Estados Unidos está mais difícil para os brasileiros. A taxa de recusa triplicou de 5,36% para 16,7%, entre 2015 e 2016.

A Embaixada norte-americana no Brasil, conforme matéria da revista Veja, não dá motivos oficiais para o aumento da quantidade de “nãos” para quem quer pegar o visto.

Dois fatores, entretanto, podem ter tudo a ver com essa nova realidade: a crise econômica no Brasil aumentou o desemprego e a instabilidade financeira em vários setores da economia, que faz com que muita gente busque oportunidades em outros países (dados da Receita Federal solicitados pela revista Veja mostram que, em 2016, foram 18.342 declarações de saída do Brasil, frente a 7.346 em 2011, por exemplo), e a forma de se comprovar vínculos com o país de origem, um detalhe burocrático (que faz toda diferença) na hora de tirar o documento.

Visto americano

Dificuldades

Donald Trump também apertou o cerco para a emissão e a renovação do visto para brasileiros, por meio de um decreto assinado em janeiro deste ano.

A partir de agora, a entrevista pessoal é etapa obrigatória para a renovação do visto em até 48 meses após o vencimento. Antes, este grupo era dispensado. Com a mudança, apenas pessoas que pedirem a renovação dentro de 12 meses do vencimento não terão entrevista.

Para os brasileiros que vão tirar o visto pela primeira vez, o governo norte-americano determinou que somente menores de 14 anos e maiores de 79 anos são dispensados de entrevistas em qualquer etapa do processo. Antes do decreto, brasileiros de até 16 anos e maiores de 66 anos eram isentos da entrevista.  

Dicas 

De acordo com a especialista em vistos, Ana Galdino, que tem uma empresa de assessoria de documentação, os critérios para caracterizar o vínculo com o país de origem, o que provaria que o cidadão não ficaria no país de destino de forma ilegal, “são muito subjetivos”. 

Ela atribui o aumento de negativas, entretanto, ao perfil do brasileiro que hoje vai correr atrás da papelada para ir aos EUA.

“As pessoas estão desesperadas para sair do Brasil, tentando ir embora realmente. Então, hoje o perfil do brasileiro está muito diferente”, analisa. “Sem contar que os critérios para o oficial do Consulado conceder ou não o visto são muito subjetivos”.

Isto significa que, mesmo que a pessoa comprove que está deixando coisas no Brasil (que, portanto, a obrigaria a voltar para seu país de origem) não é possível ter 100% de certeza de que o visto sairá. 

“O solicitante pode mostrar que tem casa e moto, mas, isso pode ser vendido, pode dizer que vai deixar um filho no Brasil, mas, depois pode mandar busca-lo”, exemplifica a especialista.

De maneira geral, a orientação para quem quer entrar com a documentação é alinhar bom senso com fatos reais que podem facilitar a retirada do visto. 

“Falo que é preciso brincar de ‘ligue os pontos’. O problema é que as pessoas querem sair do Brasil com uma inconsistência de dados”.

“Tem gente que quer tirar o visto de turismo para ir para a Disney, mas está desempregada há seis anos. De onde ele vai tirar o dinheiro para pagar? A pessoa também pode dizer que vai estudar inglês, mas no histórico dela é possível ver que ela não frequenta nenhum curso há 12 anos e que sua profissão não demonstre a necessidade de se saber inglês”.  

O que diz a Embaixada

No site da Embaixada e dos Consulados norte-americanos no Brasil, há todas as informações sobre tipos de visto e documentação necessária para a emissão.

Para vistos de turismo, por exemplo, o órgão define que a decisão da concessão ou não do visto de entrada será baseada “na entrevista e nas informações prestadas verbalmente”.

Mais duas provas documentais podem ser pedidas pelo oficial consular: 

  • Relacionadas aos recursos suficientes para cobrir as despesas da viagem e estadia e provas de residência no seu país de origem, 
  • Relacionadas à residência no país de origem, “estabelecidas através de família, trabalho, propriedades e outros laços ou compromissos com seu país de origem e que sejam suficientes para forçar o solicitante a voltar quando do final de sua viagem”.

Brasileiros no exterior

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