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Por que Trump mandou lançar mais de 50 mísseis contra a Síria sem autorização da ONU?

Publicado 7 Abr 2017 – 08:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ordenou ataque contra uma base militar síria na noite desta quinta-feira (6). A base é suspeita de comandar o ataque por arma química que matou dezenas de civis no começo desta semana, em Khan Sheikhun, uma cidade controlada por opositores do regime de Bashar al-Assad. 

Trump anunciou que as forças americanas lançaram 59 mísseis Tomahawk sobre a base. O ataque marca a primeira intervenção militar direta do governo americano contra o regime de Bashar al-Assad.

As informações sobre o número de mortos e feridos ainda estão sendo atualizadas. O Comando Geral das Forças Armadas da Síria informou a uma rede de televisão que seis pessoas foram mortas no ataque. Já a agência estatal Sana afirmou que nove civis foram mortos, incluindo quatro crianças. Mais sete ficaram feridas.

Segundo Donald Trump, a intervenção militar americana seria "vital para a segurança nacional dos Estados Unidos para prevenir e deter o avanço e uso de armas químicas fatais. [...] Não há dúvidas de que a Síria usou armas proibidas, violou suas obrigações com a Convenção sobre Armas Químicas e ignorou o Conselho de Segurança da ONU. Anos de tentativas prévias em mudar o comportamento de Assad falharam e fracassaram dramaticamente".

A Convenção sobre Armas Químicas vigora desde 1997. Trata-se de um acordo sobre o controle de armas e proíbe produção, armazenamento e o uso de tais. 

De acordo com informações da CNN, o ataque americano à base síria foi às 20h40 no horário dos Estados Unidos e às 3h40 da madrugada no local do bombardeio. Os mísseis foram lançados de navios de guerra que estavam no Mediterrâneo.

Bombardeio com armas químicas

Na terça-feira (4), um ataque com armas químicas na Síria deixou pelo menos 86 civis mortos, entre eles mais de 30 crianças e 20 mulheres. Os números são da ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, na Inglaterra.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), um gás tóxico foi liberado em um bombardeio aéreo na cidade de Khan Sheikhun, na província de Idlib, no Norte do país, causando as mortes, além de problemas respiratórios, vômitos e desmaios em diversas pessoas.

O ataque teria sido uma ação contra um grupo extremista do Estado Islâmico, que controla algumas regiões do país e a ação foi atribuída ao governo sírio, que negou.

A Síria está em guerra desde que um protesto pacífico contra o presidente Bashar Al-Assad se transformou em um conflito violento que afeta não apenas a população local, mas mobiliza grandes potências internacionais. Segundo estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas), essa guerra já vitimou cerca de 400 mil pessoas, além de mais de 4,5 milhões de habitantes que saíram do país refugiados, buscando uma nova vida longe de tudo isso.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerava o presidente sírio como um aliado. Mas, depois do ocorrido, classificou o ataque com armas químicas como uma "afronta à humanidade" e disse que esses "atos de ódio cometidos pelo regime de Assad não podem ser tolerados". Por isso, ele afirmou ter mudado sua postura em relação ao país e ao presidente. 

Já a Rússia, aliada da Síria no conflito, alegou que o que aconteceu foi um vazamento de gás tóxico quando aviões sírios bombardeavam uma fábrica de munição dos rebeldes.

O Conselho de Segurança da ONU condenou o ocorrido, mas ainda não chegou a um consenso sobre quem teria sido o responsável pelo ataque.

* Colaborou Mariana Bueno, repórter do Vix

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